Rio de Janeiro, 27 de Dezembro de 2024

Lava Jato: PF realiza novas investigações de corrupção em contratos da Petrobras

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Sexta, 18 de Agosto de 2017 às 07:32, por: CdB

Por meio do esquema, grupos empresariais dos quais Kotronakis é sócio ou têm vínculos indiretos formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras

Por Redação, com Reuters - de Brasília:

A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira simultaneamente duas novas fases da operação Lava Jato para investigar crimes de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de ativos na contratação de grandes empresas pela Petrobras, informou a PF em comunicado.

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Lava Jato lança novas investigações de corrupção em contratos da Petrobras e prende Vaccarezza

O ex-deputado pelo PT Cândido Vaccarezza, que foi líder dos governos Lula e Dilma na Câmara, foi preso de forma temporária acusado de receber cerca de US$ 500 mil em propina por intermediar contratação pela estatal da empresa norte-americana Sargeant Marine para fornecimento de asfalto. De acordo com o Ministério Público Federal.

Segundo os procuradores, a influência de Vaccarezza em decorrência de seu cargo culminou na celebração de 12 contratos; entre 2010 e 2013, da petroleira com a Sargeant Marine no valor de aproximadamente US$ 180 milhões.

– As evidências indicam ainda que sua atuação ocorreu no contexto do esquema político-partidário que drenou a Petrobras. Agindo em nome do Partido dos Trabalhadores – disse o MPF em comunicado.

Prisão

Também foi decretada a prisão do representante da Sargeant Marine no Brasil. Bem como de dois gerentes da Petrobras à época acusados de envolvimento no escândalo, acrescentou o MPF.

Não foi possível fazer contato de imediato com representantes de Vaccarezza e da Sargeant Marine.

A outra ação simultânea da PF investiga relação suspeita entre executivos da estatal e um grupo de armadores estrangeiros para obtenção de informações privilegiadas e favorecimento para obtenção de contratos milionários, segundo a PF. Essa fase foi nomeada Sem Fronteiras.

De acordo com o Ministério Público Federal, esse esquema envolveria a participação do cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, para a facilitação de contratação de navios gregos; mediante o fornecimento de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.

Por meio do esquema, grupos empresariais dos quais Kotronakis é sócio ou têm vínculos indiretos formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras; entre os anos de 2009 a 2013, em valores que superam US$ 500 milhões.

– Pelo menos 2 % desses valores era destinado ao pagamento de propina a funcionários públicos corrompidos, operadores financeiros e agentes políticos – afirmou o MPF em comunicado.

O MPF investiga suspeita de favorecimento às empresas gregas Olympic Agencies; Perosea Shipping, Tsakos, Aegean Dynacom Tankers Management, Galbraiths e Dorian Hellas em contratos com a Petrobras. Não foi possível fazer contato de imediato com nenhuma dessas companhias.

– Estas novas operações deixam um recado claro. Empresas estrangeiras não serão poupadas na Lava Jato. Muitas multinacionais têm tradição de cooperar com as investigações. Mas é uma vergonha que várias delas não tenham atuado proativamente para investigar os fatos e contribuir com a Justiça brasileira – disse o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, em comunicado.

Corrupção

No total foram expedidos 46 mandados judiciais nas duas etapas, sendo 6 de prisão em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Há ainda 29 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva. Informou a PF.

Os presos foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Onde permanecerão à disposição do juíz da 13ª Vara Federal do Paraná.

As duas investigações tiveram início a partir de relato do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em seu acordo de delação premiada.

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