Francesa é caso raro de regressão do HIV mesmo sem tratamento antirretroviral
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Quarta, 22 de Julho de 2015 às 09:17, por: CdB
O Instituto Pasteur de Paris apresentou esta semana um caso raro da medicina. Uma jovem francesa de 18 anos, que contraiu o HIV no nascimento, está há 12 anos sem tratamento antirretroviral, sendo a primeira pessoa de regressão do vírus da aids sem medicamentos.
Em Vancouver, no Canadá, onde participa e apresentou um estudo na 8ª Conferência sobre Patogênese do HIV. O médico francês Asier Saez-Cirion afirmou que o caso mostra que “é possível uma regressão prolongada após um tratamento precoce em uma criança”.
Ele contou que a menina, cuja identidade foi preservada, contraiu o HIV no nascimento por conta do mau controle do vírus em sua mãe. A partir de então, começou a receber um tratamento profilático, passando a receber medicamentos retrovirais aos três meses, quando a carga viral subiu muito. Aos cinco anos e meio, sua família parou de levá-la à clínica onde era tratada.
Saez-Cirion afirmou que a jovem francesa está em um grupo muito pequeno de pessoas que permanece livre de uma infecção ativa do HIV por um longo tempo, mesmo sem tomar antirretrovirais. O pediatra Pierre Grande disse que ela sabe que é uma situação excepcional e que não pode ser considerada curada.
Medida praticada no Brasil
O novo protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o tratamento com antirretrovirais para todas as pessoas com HIV no mundo, assim que forem diagnosticadas, independentemente da carga viral. O Brasil se antecipou a essa recomendação e já adota o procedimento desde dezembro de 2013, quando foi lançado o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para adultos, cuja política é “Testar e Tratar”. O anúncio foi no domingo, em Vancouver no Canadá, durante Congresso Internacional de Aids (IAS).
No anúncio, a OMS menciona o exemplo do Brasil, enfatizando que a adoção do novo protocolo melhorou a saúde das pessoas vivendo com HIV. O acesso precoce ao tratamento não só melhora a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e aids, mas também reduz a transmissão do vírus.