Empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC, foi morto em atentado com 29 tiros; agentes já eram investigados por escolta ilegal.
Por Redação, com CartaCapital – de São Paulo
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou, nesta terça-feira, o afastamento preventivo de oito policiais militares suspeitos de envolvimento na execução do empresário e delator Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no último dia 8 no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
O crime, ocorrido na área de desembarque, foi capturado por câmeras de segurança, que registraram o momento em que dois homens armados com fuzis dispararam 29 vezes contra a vítima.
Os oito agentes afastados pertencem ao 18º e 23º Batalhões de Polícia Militar Metropolitano, localizados nas zonas Norte e Oeste de São Paulo, respectivamente.
Conforme a Secretaria de Segurança, um inquérito policial militar já havia sido instaurado há mais de um mês pela Corregedoria da PM para investigar a possível atuação dos policiais como seguranças particulares de Gritzbach, o que é proibido pela corporação.
“A apuração preliminar indica que os policiais realizavam escolta privada para um indivíduo envolvido com uma facção criminosa. O inquérito segue em curso para apurar responsabilidades”, afirmou a Secretaria em nota.
Gritzbach, que se apresentava como empresário do setor imobiliário, era réu por lavagem de dinheiro para o crime organizado e por um duplo homicídio.
Ministério Público de São Paulo
Em março deste ano, ele firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, no qual se comprometeu a fornecer informações sobre atividades da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e supostos esquemas ilícitos envolvendo policiais.
Apesar do acordo, o delator reiteradamente solicitou maior proteção aos promotores, afirmando estar jurado de morte por integrantes do PCC devido a suas revelações.
A execução em plena luz do dia e em um local de grande movimento como o aeroporto levanta suspeitas sobre possíveis falhas de segurança e o envolvimento de agentes públicos.
A força-tarefa montada para investigar o caso reúne agentes da Polícia Civil, Militar e Técnico-Científica e trabalha para esclarecer os motivos do crime. Segundo informações iniciais, os investigadores analisam vídeos de câmeras de segurança e tomam depoimentos de testemunhas e sobreviventes para entender a dinâmica do atentado.
Até o momento, nenhum dos criminosos foi identificado ou preso, e a polícia segue em busca de pistas que possam levar à captura dos envolvidos. O caso está sendo tratado como “homicídio, lesão corporal e localização e apreensão de objeto”.