O dólar chegou a recuar 3%, a R$ 3,6876, na mínima deste pregão, menor patamar intradia desde 1º de setembro de 2015 (R$ 3,6192)
Por Redação, com Reuters - de São Paulo:
O dólar desabava 2,5% frente ao real nesta sexta-feira, após a Polícia Federal lançar nova fase da operação Lava Jato que tem como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Às 10:01, o dólar recuava 2,52%, a R$ 3,7065 na venda, após cair 5,03% nas três sessões anteriores. O dólar chegou a recuar 3%, a R$ 3,6876, na mínima deste pregão, menor patamar intradia desde 1º de setembro de 2015 (R$ 3,6192).
Se mantiver esse ritmo, o dólarfechará esta semana com a maior queda acumulada desde outubro de 2008. O dólar futuro caía cerca de 2,5%.
- (A presidente Dilma Rousseff) já está muito fragilizada e com isso a oposição ganha mais força - disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
- Se as manifestações do dia 13 forem grandes, a situação fica muito ruim para ela - acrescentou, referindo-se a protestos planejados a favor do impeachment da presidente.
A operação Lava Jato lançou nesta manhã nova fase da investigação tendo como alvo Lula, contra o qual foram expedidos mandados de condução coercitiva e busca e apreensões, para apurar possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema envolvendo a Petrobras.
Notícias que aumentam a pressão sobre Dilma, alvo de processo de impeachment, vêm sendo bem recebidos pelo mercado, que entende que uma troca no governo pode trazer de volta a confiança e abrir espaço para mudanças na política econômica. E, agora tendo Lula como alvo direto, a Lava Jato poderia atrapalhar os planos do ex-presidente de concorrer nas eleições de 2018.
Ainda assim, alguns analistas ponderam que as turbulências políticas podem dificultar ainda mais a governabilidade no presente. Além disso, não é certo que a saída da presidente resultaria em um governo mais apto a promover as reformas econômicas dolorosas que muitos acreditam ser a chave para a recuperação brasileira.
- O mercado está apostando em uma retomada da confiança que pode não se concretizar. Há uma certa euforia e acho que algumas pessoas estão indo no embalo, mas tem muita água para rolar ainda - disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.
Na véspera, o dólar já javia caído mais de 2% sobre o real, reagindo à notícia de suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) na operação Lava Jato envolvendo a presidente Dilma e Lula.
Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em abril, que equivalem a US$ 10,092 bilhões, com oferta de até 9,6 mil contratos.
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