Criada em 2008, pelo cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, para valorizar as matriarcas chamadas tias e consideradas as Yabás, a Feira celebra a cultura afro-brasileira e as tradições dos bairros vizinhos Oswaldo Cruz e Madureira, na Zona Norte do Rio.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
O Dia do Trabalhador foi comemorado, nesta quinta-feira, em um encontro com muito samba e comida saborosa como frango com quiabo, feijoada, rabada, tripa lombeira, angu à baiana e macarronada com carne assada. Neste 1º de maio, a Praça da Pira, em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro da Cidade, recebeu a Feira das Yabás. Já são nove edições no local, mas essa é a primeira que vai ocorrer no Dia do Trabalhador.

Criada em 2008, pelo cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz, para valorizar as matriarcas chamadas tias e consideradas as Yabás, a Feira celebra a cultura afro-brasileira e as tradições dos bairros vizinhos Oswaldo Cruz e Madureira, na Zona Norte do Rio. A região é berço de escolas de samba como a Portela, cuja quadra sedia as edições da feira no segundo domingo de cada mês.
— A feira é uma espécie de síntese do que eram os quintais. Nem restaurantes vendem o que elas fazem. A gente não leva o fast food para lá, não é nada disso. A gente leva senhoras, donas de casa, que fazem essa cultura do quintal suburbano onde tinha o samba. Elas levam essa cultura para lá do jeito que fazem em Madureira e em suas casas, da forma que era feito, e eu subo no palco para fazer uma roda de samba bem de quintal — disse o compositor.
Território
Para Marquinhos de Oswaldo Cruz, fazer a Feira das Yabás na área da Praça da Pira é uma forma de recuperar território que foi de seus ancestrais. “Aquela região ali era onde a população afrodescendente morava até o início do século passado, e essa população foi expulsa dessa região. E esses excluídos foram morar na Grande Madureira, onde acontece a feira das Yabás”.
— Fazer a feira naquela região (Praça da Pira) é uma espécie de reocupação de um território sagrado através da cultura dos removidos. Para a gente, é de uma importância imensa. Tem uma questão de território e de ancestralidade que é muito forte em fazer ali também — concluiu.