A unidade das principais centrais de trabalhadores do país tem demonstrado fôlego contra a política de retirada de direitos sociais e trabalhistas apresentada pelo governo de Michel Temer
Por Redação, com Vermelho - de Brasília:
No dia 25 deste mês, as entidades realizam novos protestos contra as reformas trabalhista e previdenciária de Temer. Na avaliação dos dirigentes, o fortalecimento dos atos é um novo elemento na conjuntura
Nota publicada no site da Força Sindical pelo presidente Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, convoca os trabalhadores para os atos do dia 25 de novembro. No texto, a entidade afirma que vai intensificar as manifestações contra a retirada de direitos.
– É bom lembrar que a classe trabalhadora está carregando um fardo muito pesado nesta crise. Com 12 milhões de desempregados. E os reflexos da crise são cruéis. Redução do consumo, juros altos, diminuição da produção e dos empregos – diz trecho da convocação.
Em entrevista à Agência Sindical. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, avaliou que os atos da última sexta-feira superaram as expectativas.
Segundo Adilson, a sociedade começa a ficar apreensiva com essas ações. Que ameaçam violar os direitos à saúde, à educação e conquistas históricas dos trabalhadores. O dirigente sindical se referiu à Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) 55 que congela por 20 anos recursos para a saúde e educação.
– O povo está tomando conta da dimensão do estrago que essa política neoliberal pode causar. Caso prevaleça essa agenda – afirmou o dirigente.
Rumo à greve geral
O êxito das mobilizações de sexta-feira também foi destacado ao site Brasil de Fato. Pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Vagner Freitas, e por Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP). Na opinião deles, a força dos atos fortalece a construção de uma greve geral.
– A mídia estava louquinha para dizer que nós não temos representatividade. E por isso, não fizemos a greve geral”, ponderou Vagner. “Eu acho que a greve geral virá no timing da reforma da Previdência que Temer está propondo. Já que este é um dos temas mais inflamáveis para nós trabalhadores e trabalhadoras”, ressaltou o sindicalista.
– A gente entende a dificuldade dos trabalhadores em um momento de crise econômica. E de muito medo da perda de emprego. Mas eu avalio que a unidade das centrais sindicais com os movimentos populares é fundamental. Para que a gente avance no estreitamento com a classe trabalhadora”, afirma o dirigente.
Os trabalhadores dos transportes deram uma demonstração de força nas paralisações do dia 11. O presidente da CTB-SP, o metroviário Onofre Gonçalves, analisou que os atos de sexta fortaleceram os protestos que acontecerão no dia 25.
– É um passo muito importante para a construção da greve geral. Avaliamos que foi muito positivo – afirmou.
Mais protestos
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) bloqueou no dia 11 de novembro 10 rodovias e avenidas, em São Paulo. Com a presença dos secundaristas, nos protestos contra as reformas de Temer e especialmente a PEC 55.
O coordenador do movimento Guilherme Boulos, em vídeo gravado nas redes sociais. Provocou os que torciam contra o êxito dos atos.
– Pra quem achava que não tinha resistência, ocorreram grande lutas no país. Isso é só o começo. Dia 20 de novembro, negros e negras farão mais manifestações. E dia 27 grande ato contra a PEC do fim do mundo – convocou Boulos.
O Dia Nacional de Luta e Paralisações em defesa dos direitos alcançou 19 Estados. Eles realizaram panfletagens, trancaços em rodovias, ocupações de prédios públicos, atos políticos e marchas pelo país. As Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular e movimentos populares reforçaram o ato coordenado pelas centrais de trabalhadores unificadas.