"Contra o desmonte de todos os direitos dos trabalhadores, vamos participar desse dia de luta, paralisações e mobilizações", anunciou Ivone Silva, presidenta eleita da categoria
Por Redação, RBA - de São Paulo:
Bancários de São Paulo cruzarão os braços na próxima sexta-feira, aderindo à paralisação convocada pelas principais centrais sindicais e movimentos sociais contra as reformas do governo Temer. A categoria se reuniu na segunda em assembleia na quadra do sindicato e decidiu por unanimidade paralisar as atividades.
– Contra o desmonte de todos os direitos dos trabalhadores, vamos participar desse dia de luta, paralisações e mobilizações, que é a greve geral – afirmou Ivone Silva presidenta eleita do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, que toma posse em 8 de julho.
Ivone destacou que a assembleia referendou consulta feita pela entidade nos locais de trabalho, em que 80% de 13.666 bancários ouvidos votaram optaram pela paralisação contra a retirada de direitos promovida pelo governo Temer.
A atual presidenta, Juvandia Moreira, classificou as propostas de reforma trabalhista e da Previdência. Como "contrarreformas que desmontam direitos" e destacou suas consequências para os trabalhadores.
– Uma acaba com a aposentadoria. A outra, acaba com a carteira de trabalho. Vai transformar todo trabalhador em alguém que faz bico – afirmou Juvandia, que destacou ainda que, com a proposta fragilização dos vínculos trabalhistas. O trabalhador vai poder se associar a várias empresas sem saber ao certo a sua carga de trabalho e a remuneração ao final do mês. Ela criticou também outra cláusula da reforma que pretende excluir das convenções coletivas os trabalhadores que ganham mais R$ 11 mil.
Por sua vez, o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten. Ele conclamou os bancários de todo o Brasil a cruzar os braços. “Se todos paralisarmos as atividades, construiremos uma grande greve.”
Proposta
A proposta de reforma trabalhista segue em tramitação no Senado. Após derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na semana passada. O projeto pode ser apreciado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira. Última etapa antes de ser apreciado pelo conjunto dos senadores em plenário.
Já a reforma da Previdência está ainda em fase preliminar. O governo admite o desgaste com o atraso na votação. E declarou que espera levar a proposta ao plenário em agosto, após o recesso parlamentar. Já os trabalhadores e movimentos pretendem resistir a esse calendário e barrar as mudanças pretendidas.