Alunos resistem à PM e mantêm escolas ocupadas no Rio

Uma tentativa de desocupar o Colégio Estadual Stuart Angel Jones, que tem 1.380 alunos no bairro de Senador Camará, gerou tensão na noite passada, entre alunos, seus pais e a Polícia Militar

Por Redação - do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro acordou, neste sábado, com um total de 16 escolas ocupadas por alunos, em protesto contra a política educacional do governo do Estado. As principais reivindicações dos alunos são pela melhoria no ensino. Eles também saíram em defesa da greve dos professores, que completou 38 dias neste sábado.

Na Visconde de Cairu, uma das maiores escolas no Méier, subúrbio do Rio, os cerca de 3 mil estudantes pedem reformas nos espaços pedagógicos da escola, novos aparelhos de ar-condicionado nas salas e que nenhuma turma tenha mais de 35 alunos. Segundo os estudantes, algumas turmas têm mais de 60 alunos. A segurança é outra reivindicação. Segundo os estudantes, profissionais de segurança da unidade de ensino foram demitidos e, assim, a escola fica desprotegida. Uma tentativa de desocupar o Colégio Estadual Stuart Angel Jones, que tem 1.380 alunos no bairro de Senador Camará, gerou tensão na noite passada, entre alunos, seus pais e a Polícia Militar. Uma rápida movimentação, pelas redes sociais, impediu que os policiais retirassem as crianças. Os pais apoiaram o movimento e alguns se dispuseram a passar a noite no Colégio. Em nota, distribuída nesta manhã, a secretaria diz não ver nos "líderes do movimento" a intenção em desocupar as unidades. Segundo a secretaria, "há envolvidos que sequer fazem parte da comunidade escolar". "Diante da intransigência, a Seeduc apela aos pais para que conversem com seus filhos, uma vez que são os estudantes sem aulas os mais prejudicados", diz o texto.

Alunos presentes

Ainda segundo a Seeduc, “o secretário de Estado de Educação, Antonio Vieira Neto, já recebeu alunos representantes de colégios ocupados e do Sindicato, com o objetivo de ouvir as reivindicações. Entre os assuntos tratados com os estudantes, ficou estabelecido que, após a suspensão do movimento e liberação dos espaços, serão tomadas as seguintes medidas:

• Visando a maior participação estudantil nas decisões escolares, a Seeduc se comprometeu a conversar com  a direção das duas unidades escolares para que organizem o grêmio estudantil e fortaleçam os conselhos escolares. • Quanto à infraestrutura, será encaminhada uma equipe para as correções que se fizerem necessárias.

• Tão logo as aulas sejam retomadas, o secretário fará uma visita às unidades. • Em relação ao currículo, a Seeduc esclareceu que há uma discussão nacional em andamento sobre o tema, que prevê a elaboração de uma Base Nacional Comum Curricular. Os alunos também receberam informações sobre a importância da realização do  Saerj, que é a avaliação anual realizada nas escolas estaduais, para a melhoria do ensino público. • Com referência à convocação de professores concursados, a Secretaria informou que, desde 2007, foram chamados 71 mil novos docentes, sendo 2.500 em 2015, e 465 neste ano.

Os casos específicos de cada unidade escolar serão analisados após a desocupação. A Secretaria, no entanto, não vê nos líderes do movimento intenção em desocupar as unidades, pois há envolvidos que sequer fazem parte da comunidade escolar. Diante da intransigência, a Seeduc apela aos pais para que conversem com seus filhos, uma vez que são os estudantes sem aulas os mais prejudicados." Segundo Lívia Fernandes, diretora Sindicato dos Professores (Sepe), pais e alunos do Colégio Stuart Angel Jones, que homenageia o filho da estilista Zuzu Angel, morto por agentes da ditadura militar, permaneceram firmes durante a tentativa de desocupação, por parte da PM. “Um PM veio, mostrou a arma, disse que era do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), um programa que estava desativado, mas recebeu verba nesse momento em que se iniciam as ocupações. Os alunos disseram que ele só entraria com mandato. Ele ameaçou, mostrou a arma na cintura, e etc”, relata Fernandes, em uma rede social Os advogados do Sepe também se dirigiram ao local e acompanharam o diretor do Colégio e pais até a delegacia. Na porta da escola, os manifestantes realizaram uma vigília na noite passada “O desespero deles é que esta deveria ser uma escola modelo e ainda assim os estudantes estão em luta e com disposição pra ocupação! Não aceitaremos! Resistiremos a todos os enviados do Pezão! #ResisteAnysio #‎OcupaTudo Todo apoio aos estudantes do CE Chico Anisyo que hoje dão aula de luta!”, escreveram outros manifestantes. Lista das escolas ocupadas 1-Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes - Ilha do Governador/RJ 2-Colégio Estadual Gomes Freire de Andrade - Penha/RJ 3-Colégio Estadual Heitor Lira - Penha/RJ 4-Colégio Estadual Visconde de Cairú - Méier/RJ 5-Colégio Estadual Euclydes Paulo da Silva - Maricá 6-Ciep Brizolão 460 Thiophyla Bragança - Araruama 7-C.E. Euclides da Cunha - Duque de Caxias 8-Faetec - Bacaxá - Saquarema 9-Colégio Estadual Doutor João Néri - Mendes 10-Colégio Estadual Irineu Marinho - Duque de Caxias 11-Colégio Estadual Mati as Neto - Macaé 12-Colégio Estadual Professor Clovis Monteiro - Higienópolis/RJ 13 - IEPIC - Niterói 14- Stuart Edgar Angel Jones,.em Senador Camará, RJ. 15 - E E Guanabara Volta Redonda 16- C E Dr Francisco de Paula Paranhos, Iguaba