Zarqawi foi ferido no Iraque, diz site

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Publicado terça-feira, 24 de maio de 2005 as 15:46, por: CdB

O líder da Al Qaeda no Iraque, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, foi ferido, de acordo com um website que pediu nesta terça-feira orações por ele.

A declaração, que segundo autoridades norte-americanas pode ser falsa, foi divulgada em mais um dia de violência no Iraque, em que três soldados dos EUA e dois iraquianos foram mortos na explosão de carros-bomba em Bagdá.

“Ó nação do Islã … Reze pela cura de nosso xeque Abu Musab al-Zarqawi, de um ferimento que ele sofreu no caminho de Deus”, disse a mensagem publicada pela Organização da Al Qaeda pela Guerra Santa no Iraque.

Os EUA oferecem 25 milhões de dólares pela captura de Zarqawi. Havia rumores de que o jordaniano teria sido ferido num combate no oeste do Iraque e tinha buscado tratamento num hospital em Ramadi, mas as Forças Armadas dos Estados Unidos disseram não poder confirmar as informações.

Outra informação não-confirmada dizia que ele fora ferido em confrontos perto de Qaim, uma cidade próxima à fronteira com a Síria. A declaração da Internet de terça-feira não dizia como ou onde Zarqawi se feriu.

– Você é amado pelos mujahideen. Que Deus o cure – disse a declaração, publicada num site islamista que costuma propagandear as atividades do grupo.

A captura ou morte de Zarqawi seria uma vitória importante para as forças norte-americanas e iraquianas, embora analistas alertem que ela não significaria o fim da insurgência.

As Forças Armados dos EUA no Iraque e o Pentágono, em Washington, disseram não ter informações sobre o estado de Zarqawi.

– Ele ainda é nosso objetivo número um para ser capturado ou morto, e até que isso aconteça a caçada continua – disse o tenente-coronel Steve Boylan, porta-voz do Exército dos EUA.

– Pode ser mais uma das armações deles, nunca se sabe – observou.

O grupo liderado por Zarqawi assumiu a responsabilidade por muitos dos piores ataques em solo iraquiano nos últimos dois anos, incluindo o sequestro e a decapitação de reféns estrangeiros.

As forças norte-americanas disseram no mês passado que quase prenderam Zarqawi em fevereiro.

Enquanto os rumores circulavam, novos ataques seguiram a tendência que vem se concretizando desde a nomeação do novo governo iraquiano, no dia 28 de abril.

Rebeldes mataram três soldados dos EUA e dois iraquianos em explosões de carros-bomba em Bagdá. Na segunda-feira, uma série de ataques suicidas e explosões haviam matado pelo menos 56 iraquianos e cinco soldados norte-americanos.

Nas últimas quatro semanas, mais de 600 iraquianos foram mortos, acirrando as tensões sectárias. No centro delas está um confronto entre a Associação de Clérigos Muçulmanos, um influente grupo sunita, e a organização Badr, braço armado do Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque, um dos principais partidos da aliança xiita que venceu as eleições de janeiro.

A Associação dos Clérigos Muçulmanos acusa milícias Badr de estar por trás do assassinato de religiosos sunitas. Os líderes do Badr negam. O clérigo xiita radical Moqtada al-Sadr, que já comandou dois levantes contra os EUA, disse que está tentando mediar o conflito.

Os líderes políticos xiitas e curdos também estão tentando envolver os sunitas na política do país. Os sunitas, que dominaram o Iraque por décadas, inclusive sob o jugo de Saddam Hussein, obtiveram apenas 17 das 275 cadeiras do Parlamento.