Walter Rodrigues leva o clássico à passarela

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Publicado quinta-feira, 18 de julho de 2002 as 00:49, por: CdB

A moda ultimamente anda brincando de National Geographic. É a tal onda étnica que vai pescar inspiração nas mais diversas culturas de povos e civilizações. E o estilista Walter Rodrigues batizou sua coleção de Primitive Couture, porque embarcou nessa viagem.

Mas, como o Waltinho tem repertório e vocabulário próprios, sua trip étnica não é nada óbvia. Ao contrário, tem identidade e é muito, muito chic. Por exemplo, ele observou que o artesanato desses povos (Indonésia, Peru, México, Oriente Médio…) tem uma riqueza que pode ser comparada ao trabalho proposto nas coleções de alta costura.

Por isso, para combinar com os vestidos amplos, as saias rodadas, as túnicas românticas e os tops drapeados, Waltinho fez algumas parcerias com uma metalúrgica, uma estamparia e a inevitável Swarovski. Assim, tecidos levíssimos como tule, crepe e musseline, aparecem trabalhados em volumes delicados, casados com cintos e alças de metais, bordados metálicos e aplicações de cristais.

Há também outras preciosidades, como paetês opacos bordados em tricôs e estampas em silicone. As cores inspiram uma temporada de calmaria: areia, marrom e laranja. E as transparências dão a medida certa de sensualidade.

O movimento dos materiais (Waltinho gosta de dance music, daí que suas roupas têm ritmo), a precisão do corte e a audácia de volumes que se enroscam no corpo, fazem do trabalho de Walter Rodrigues um dos mais belos e corretos do prêt-à-porter nacional. Não é à toa que ele também desfila em Paris. Mas sem fogos de artifícios e fanfarras. Só estilo. Com dez anos de etiqueta própria – e vários outros de estrada – Walter Rodrigues já é um clássico made in Brazil.

Ah, nota dez para o styling sempre correto de César Fassina.