A partir do final de agosto cerca de 30% dos vôos do Aeroporto Santos Dumont serão transferidos para o Aeroporto Internacional do Rio/Tom Jobim. O processo de adequação do tráfego aéreo no Rio faz parte de programa de revitalização do aeroporto internacional, que vinha operando muito abaixo de sua capacidade enquanto o Santos Dumont estava sobrecarregado.
No Fórum Nacional de Secretários do Planejamento, o secretário de Planejamento e Coordenação Institucional, Tito Ryff, afirmou que a transferência não vai provocar queda brusca no movimento no aeroporto central do Rio. Ele considerou muito positiva a mudança e aposta no reforço dos vôos regionais, que continuarão a ser operados pelo Santos Dumont.
– O projeto valoriza os aeroportos e a circulação de passageiros em vários aspectos, mas certamente os resultados serão sentidos pelas empresas regulares que atendem rotas regionais. As cidades do interior do estado têm apresentado crescimento considerável, o que facilmente será sentido pelo terminal e incentivado pelo novo projeto.
O programa de revitalização do Galeão, além de atrair as companhias aéreas com a oferta de incentivos fiscais, faz parte de projeto maior, que inclui a redução de impostos para empresas que desejam se instalar às margens do Aeroporto Internacional. O programa também prevê a oferta de incentivos para a utilização mais intensa dos portos e aeroportos do estado, que atualmente operam com metade da capacidade.
O secretário lembrou que a lamentável situação do Santos não condiz com a tradição de bons serviços do terminal, pois o aumento do tráfego de passageiros provocou queda de qualidade no atendimento. Com as obras de melhoria que serão feitas, o Santos Dumont passará a servir, em aeronaves a jato, apenas para a ponte aérea Rio-São Paulo. Também poderão operar nele vôos de táxi aéreo, aviação executiva e vôos regionais dentro do Estado do Rio e para Etados vizinhos em aviões turbo-hélice de no máximo 50 lugares.
– De 1997 a 2002, o movimento de passageiros e cargas no Santos Dumont cresceu em torno de 6%, e isso foi registrado antes da chegada dos vôos nacionais. É um reflexo do que acontece comercialmente via terra, graças à integração econômica cada vez maior entre os estados do Rio e de São Paulo.
Com essa medida, o Santos Dumont, que hoje opera congestionado, será sensivelmente desafogado. Em contrapartida, o Galeão terá de volta os vôos de conexão para Belo Horizonte, Vitória, Brasília, entre outros destinos no território nacional, condição que havia perdido e que foi apontada como um dos motivos de seu esvaziamento a partir de 1997. O problema foi agravado com a saída de nove companhias estrangeiras.
Segundo dados da Infraero, o Aeroporto Santos Dumont recebeu 5,7 milhões de passageiros em 2002, muito acima de sua capacidade, estimada em 3,2 milhões de passageiros. As obras de adequação terão início em setembro e devem estar concluídas 36 meses depois, no segundo semestre de 2006.