Venezuela quer que os EUA ajudem na luta contra o terrorismo

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 11 de maio de 2004 as 01:18, por: CdB

O governo venezuelano expressou, na última segunda-feira, seu desejo de que Estados Unidos ajudem a lutar contra o terrorismo que ameaça a estabilidade e a democracia do país sul-americano.

O ministro de Relações Exteriores, Jesús Pérez, manifestou essa opinião aos jornalistas ao comentar a desarticulação, no último domingo perto de Caracas, de um grupo de 140 colombianos vestidos com uniformes do exército venezuelano.

– Pediremos aos EUA que nos ajudem a lutar contra esses terroristas e demonstrem assim a opinião pública mundial, americana e venezuelana, de que eles estão defendendo a democracia na Venezuela – disse o chanceler.

Pérez reiterou a versão oficial que o grupo desarticulado é integrado por ‘paramilitares colombianos’ e advertiu que são uma ‘ameaça’ real para a democracia.

O ministro criticou os representantes da coalizão opositora Coordenadora Democrática que banalizaram a presença dos uniformizados colombianos, ao dizer que se tratava de uma montagem, e assegurou que o ocorrido ‘não é uma fantasia’.

– Dizer que é um ‘show’ é uma irresponsabilidade histórica, porque estão perdendo a oportunidade de demonstrar ao país que são verdadeiramente democratas – assinalou o chanceler.

Pérez abordou também as declarações do governador da Flórida, Jeb Bush, irmão do presidente americano George W. Bush, que pediu o isolamento internacional da Venezuela e sugeriu que o governante venezuelano, Hugo Chávez, ‘está louco’.

– Protestamos contra essas opiniões. Louco é estar a ponto de iniciar algo como uma guerra no Iraque – respondeu.

Pérez considerou que a luta dos EUA contra o terrorismo é ambígua, porque a Venezuela ainda espera que esse país ‘extradite dois ex-guardas nacionais venezuelanos, acusados de terrorismo por nossos tribunais’.

Por outro lado, ele se referiu à oferta de cooperação enviada pelo governo colombiano para identificar os detidos.

– Em uma primeira fase não necessitamos dessa colaboração. Nossas polícias alcançaram neutralizar essas tentativas terroristas. Em uma segunda fase, eles poderiam nos ajudar com informação sobre a identidade dessas pessoas. Tomamos nota e isso pode ser um ponto de colaboração – disse Pérez.

Sobre o cubano Robert Alonso, dono do sítio onde foram capturados os colombianos, Pérez disse que é ‘um suposto terrorista’.

Alonso, um anticastrista morador da Venezuela há mais de 40 anos, é conhecido por promover através da internet a resistência ativa contra o governo através de ações violentas na rua.