VarigLog compra Varig e encerra a novela

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Publicado quinta-feira, 20 de julho de 2006 as 11:58, por: CdB

A Varig foi vendida, no final da manhã desta quinta-feira, por US$ 24 milhões, para a VarigLog e encerra uma novela econômica de cerca de seis meses de sofrimento para mais de 10 mil funcionários e milhares de passageiros, dentro e fora do Brasil. A quantia, equivalente a R$ 52.324,800, foi garantida por uma carta de fiança no valor de US$ 75 milhões, entregue à Justiça na tarde desta quarta-feira. Em pose para as fotos, bateram o martelo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, o leiloeiro público Carlos Alberto Barros e o presidente da VarigLog, João Luis Bernes de Souza.

A empresa que arrematou a companhia foi uma divisão da VarigLog, a Aéreo Transportes Aéreos, que dá início às operações da chamada nova Varig, que detém as rotas domésticas e internacionais da empresa aérea mais antiga do Brasil, além de um passivo de bilhetes emitidos e do programa de milhagem Smiles. A parte da Varig que não foi leiloada fica com o passivo de quase R$ 8 bilhões e continuará em recuperação judicial.

Nesta quarta, a VarigLog fez mais um depósito de US$ 6 milhões na conta da empresa aérea, e concluiu o aporte emergencial de US$ 20 milhões combinado como garantia das operações aéreas da empresa até o leilão. Ao todo, a antiga Varig receberá R$ 439 milhões, incluindo a emissão de debêntures e a compra do passivo do Smiles e dos bilhetes emitidos.

No início da manhã desta quinta, a Volo do Brasil foi a única empresa credenciada no leilão a depositar os recursos que garantem a aquisição dos ativos operacionais da Varig. O administrador judicial da empresa, o sócio da consultoria Deloitte Luiz Alberto Fiore, a VarigLog descartou a presença de mais um concorrente no leilão, dizendo “serem muito remotas” as chances de um grupo rival apresentar um depósito feito na Justiça para concorrer com a VarigLog. A previsão se confirmou.

Desistência

Presidente da OceanAir, Carlos Ebner descartou o interesse da empresa no leilão de venda de Varig.

– Realmente, não temos interesse em gerir um problema como o passivo trabalhista e passivo fiscal da companhia – disse Ebner a jornalistas.

Segundo o executivo, a OceanAir aproveiou a crise na Varig para expandir sua presença no mercado brasileiro e já estendeu suas operações para Brasília, com vôos partindo da capital brasileira para Porto Alegre, Rio de Janeiro e Petrolina, com escalas em Salvador e Recife, de segunda a sexta-feira. Ele contabiliza uma frota de 20 aviões e aguarda mais seis até o fim do ano para atender a novas cidades.

Atualmente, a OceanAir opera em 30 cidades e tem como meta 40 destinos do mercado doméstico até o fim do ano. Ebner, no entanto, reclama que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não tem facilitado a expansão das pequenas empresas e criticou a instância reguladora que, diz ele, deveria ser independente do governo.

– Além de não estar fazendo o trabalho dela, a Anac ainda não está regulando o mercado. Não vejo uma política de aviação – acrescentou