Varejo projeta o pior fim de ano das últimas décadas

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Publicado quinta-feira, 27 de outubro de 2016 as 15:51, por: CdB

A Via Varejo divulgou, no final da noite de quarta-feira, o prejuízo do terceiro trimestre. Foi quase duas vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado, enquanto a receita ficou praticamente estável

 

Por Redação, com Reuters – de São Paulo

 

A rede de móveis e eletroeletrônicos Via Varejo não tem notado melhora no fluxo de clientes em suas lojas. O grupo avalia que o quarto trimestre e o primeiro semestre do próximo ano seguirão “bastante difíceis”, disse o presidente-executivo da companhia, nesta quinta-feira.

— O fluxo de clientes ainda não é positivo comparado com o fluxo do ano passado. Ano que vem não vai melhorar tão rapidamente como alguns esperam, trabalhamos com cenário ainda bastante difícil — disse Peter Estermann em teleconferência com analistas.

A Via Varejo é uma empresa do grupo Pão de Açúcar e uma das maiores do país
A Via Varejo é uma empresa do grupo Pão de Açúcar e uma das maiores do país

A Via Varejo divulgou, no final da noite de quarta-feira, o prejuízo do terceiro trimestre. Foi quase duas vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado, enquanto a receita ficou praticamente estável.

Prejuízo líquido

No comunicado público, a Via Varejo acrescentou que o prejuízo líquido do terceiro trimestre aumentou. Os cálculos recaem sobre o mesmo período do ano passado, com receitas estáveis e despesas maiores.

A empresa teve prejuízo líquido de R$ 90 milhões de julho a setembro, ante resultado negativo um ano antes de R$ 47 milhões. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 86 milhões. Trata-se de um recuo de 37,6% sobre o terceiro trimestre de 2015.

A companhia, que faz parte do Grupo Pão de Açúcar, consignou no balanço o fim da isenção fiscal proporcionada pela Lei do Bem. A medida era voltada a produtos de informática e tecnologia. O fim do programa gerou um impacto negativo na margem Ebitda de R$ 100 milhões no período. As despesas com vendas tiveram alta de 7,6%, a R$ 1,13 bilhão. Mas as despesas gerais e administrativas recuaram 26,5%, para R$ 86 milhões. No total operacional ajustado, as despesas subiram 6% no terceiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 1,27 bilhão.

Vendas fracas

A Via Varejo apurou receita líquida de R$ 4,11 bilhões de julho a setembro, praticamente estável sobre o terceiro trimestre de 2015. Apesar da estabilidade, no conceito mesmas lojas, que apura as vendas de pontos abertos há mais de um ano, subiu 3,2%. O cálculo recai sobre o período em bases comparáveis.

A empresa terminou o terceiro trimestre com caixa líquido somado com recebíveis de cartões de R$ 2,3 bilhões. Isso representou avanço sobre os R$ 1,66 bilhão de um ano antes. A relação de endividamento cresceu de 0,4 vez no terceiro trimestre do ano passado para 0,7 vez ao final de setembro deste ano.

Analistas do Credit Suisse afirmaram que os números foram piores do que as suas estimativas, em razão de despesas maiores. Mas eles afirmaram que continuam a ver progresso nos esforços da companhia. Tentam mitigar o impacto do ambiente de vendas muito fracas na operação. Estas têm sido afetadas por aumento de tributos e fraca demanda, conforme relatório a clientes.