Valério diz que empresas são para patrimônio de seus filhos

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Publicado quarta-feira, 6 de julho de 2005 as 10:33, por: CdB

Instado por parlamentares a fazer uma exposição inicial na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios, o publicitário Marcos Valério disse que falou à imprensa duas vezes apenas, por pressão da família, e que mesmo assim teve suas declarações “distorcidas”.

– Fui julgado, massacrado pela mídia – reclamou.

Delcídio leu o habeas corpus preventivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal e que protege o depoente, garantindo seu direito constitucional de manter-se em silêncio para não se incriminar. Ainda em relação a essa questão, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) leu documento pedindo que, se Marcos Valério faltar com a verdade, mentir ou omitir a verdade, depois de julgado o mérito, pelo Supremo, da liminar que protege o publicitário, a CPI solicite ao Ministério Público a prisão do publicitário.

Destacou que tem empresas com até 25 anos de atuação e que tudo o que possui está declarado no Imposto de Renda. Destacou que tem família, dois filhos, e que é “um brasileiro normal”. O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), questionou o publicitário Marcos Valério – acusado pelo deputado Roberto Jefferson de ser o operador do mensalão – sobre a “teia de empresas” que o publicitário possui.

Ao esclarecer a pergunta, o publicitário Marcos Valério chorou ao falar de um filho morto aos seis anos de idade. Valério tem uma filha de 13 anos e um outro menino com quatro anos de idade e afirmou que uma das empresas que montou seria para ajudar a construir patrimônio para seus herdeiros.

Ele apresentou dez empresas nas quais consta seu nome. As duas empresas mais importantes – DNA e SMP&B – estão em nome de sua mulher. O publicitário informou ter transferido as empresas para o nome da mulher porque havia se desentendido com o ex-sócio e que nunca passou de volta para o próprio nome porque a mulher “teria medo de que ele se separasse dela”.