Unicef quer ajuda na proteção de órfãos

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Publicado sábado, 8 de janeiro de 2005 as 08:48, por: CdB

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu neste sábado, em Londres, ajuda imediata para proteger as vítimas infantis do recente maremoto registrado na Ásia do perigo de exploração, abusos sexuais e outros tipos de comércio.

Segundo a diretora executiva da organização, Carol Bellamy, citada em um comunicado difundido em Londres, “é preciso atuar rapidamente, porque já estão operando aqueles que desejam lucrar com as crianças em meio ao caos reinante”.

Os mais vulneráveis são aqueles que perderam seus pais ou se viram separados de suas famílias por causa desse desastre natural. Por enquanto, não há cifras precisas sobre mortos, feridos e deslocados, mas atualmente estão sendo feitos estudos para determinar a magnitude do problema após mais de uma semana, assinala essa organização.

A agência da ONU recomenda várias medidas para evitar que as crianças, especialmente as mais vulneráveis, sejam vítimas dos que tentam explorá-las. A primeira consiste em averiguar quais são as crianças que estão sozinhas ou que perderam a seus pais. Na Índia, no Sri Lanka e na Indonésia, os países mais castigados pelo maremoto, esse menores já começaram a ser registrados.

Em Aceh, considerado o centro da catástrofe, já estão funcionando cinco centros de recolhida de dados sobre as crianças nessa situação e está previsto que outros quinze abram na próxima semana. Em segundo lugar, segundo a Unicef, é necessário colocar imediatamente as crianças desemparadas sob o cuidado de adultos responsáveis.

Também podem ser abrigados em lares infantis comunitários até que suas famílias sejam localizadas, assinala Unicef, segundo a qual serão necessários mais centros desse tipo. É urgente, além disso, localizar os familiares dos menores. O cuidadoso registro do nome, do endereço, da comunidade e da data de nascimento das crianças pode ser de muita utilidade às autoridades locais e nacionais que trabalham com as organizações não-governamentais.

No Sri Lanka, o governo e algumas organizações, entre elas a Unicef, tentam conscientizar todos da necessidade de localizar as crianças não acompanhadas para evitar males maiores. Preocupada com a possibilidade de se gere um tráfico de menores nas zonas devastadas, a Indonésia decidiu proibir temporariamente que as crianças menores de 16 anos possam sair de Aceh sem a companhia de seus pais.

O governo de Jacarta congelou a adoção de crianças dessa província indonésia até que seja possível identificar todos os menores e que se tenha completado o processo de rastreamento de seus familiares. Segundo a Unicef, é conveniente a prática internacional de, nestes casos, manter as crianças o mais perto possível de seus familiares.

A organização reconhece no comunicado que o tráfico de crianças, a exploração sexual e o trabalho forçado infantil não são fenômenos novos, mas acrescenta que o desmoronamento das instituições por causa do sismo expõe as vítimas ainda mais ao perigo de um exploração sem escrúpulos.