Um em cada cinco republicanos quer que Trump desista da disputa presidencial

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Publicado quarta-feira, 10 de agosto de 2016 as 10:19, por: CdB

Uma série de republicanos proeminentes se recusou a endossá-lo para a eleição presidencial de 8 de novembro contra a rival democrata Hillary Clinton

Por Redação, com Reuters – de Nova York:

 

Quase um quinto dos republicanos registrados dos Estados Unidos quer que Donald Trump desista de concorrer à Casa Branca, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta quarta-feira, refletindo a turbulência que sua candidatura provocou dentro do partido.

Cerca de 19 %  deles acham que o empresário nova-iorquino do setor imobiliário deveria desistir, 70 %  creem que ele deveria continuar e 10 %  dizem “não saber”, segundo o levantamento realizado entre 5 e 8 de agosto com 396 republicanos registrdos, com margem de erro de 6 pontos percentuais.

Quase um quinto dos republicanos registrados dos Estados Unidos quer que Donald Trump desista de concorrer à Casa Branca
Quase um quinto dos republicanos registrados dos Estados Unidos quer que Donald Trump desista de concorrer à Casa Branca

Entre todos os eleitores registrados, cerca de 44 % querem que Trump abandone a corrida. Essa cifra se baseia em entrevistas com 1.162 eleitores registrados e tem uma margem de erro de 3 pontos percentuais. Isso representa 9 pontos percentuais a mais do que o apoio à ele para a Presidência visto na última pesquisa Reuters/Ipsos, registrada na segunda-feira.

Os números enfatizam as divisões profundas dentro do Partido Republicano a respeito da candidatura do magnata. Uma série de republicanos proeminentes se recusou a endossá-lo para a eleição presidencial de 8 de novembro contra a rival democrata Hillary Clinton, citando sua retórica incendiária e suas propostas políticas, como a construção de um muro na fronteira com o México e a proibição temporária da entrada de muçulmanos nos EUA.

Trump se viu mergulhado em uma nova polêmica na terça-feira, depois de dizer em um comício que os defensores do porte de armas do país poderiam agir para impedir Hillary de indicar juízes liberais para a Suprema Corte, comentário que sua campanha disse ter sido mal interpretado, mas que o campo de Hillary chamou de “perigoso”.

– Se ela puder escolher os juízes dela, não há nada que vocês possam fazer, gente – afirmou Trump num comício na Universidade da Carolina do Norte. “Porém, pessoal da Segunda Emenda, talvez haja, eu não sei”, continuou. A Segunda Emenda da Constituição norte-americana garante o direito de portar armas de fogo.

Trump já havia desencadeado críticas por se envolver em uma discussão com os pais de um soldado norte-americano muçulmano que morreu no Iraque. Na segunda-feira, a senadora republicana Susan Collins disse que a desavença a levou a anunciar que não irá votar em Trump.

Além disso, 50 especialistas em segurança nacional destacados assinaram uma carta aberta comunicando que não votarão no republicano e dizendo que “lhe faltam caráter, valores e experiência” para ser presidente. Trump desdenhou o grupo, que vê como parte do establishment de Washington ao qual atribui muitos dos problemas do país.