“Com o que aconteceu no sábado, o caso foi reaberto”, disse um porta-voz da Promotoria Geral da Ucrânia, segundo a agência de notícias russa Itar-Tass.
No sábado, médicos austríacos confirmaram que a doença que afeta Yushchenko foi causada por envenenamento.
De acordo com os médicos, Yushchenko recebeu doses altas da substância tóxica dioxina, administrada por via oral. E caso não houvesse sido tratado imediatamente, o líder ucraniano e candidato a presidente do país, poderia ter morrido.
Os médicos, no entanto, não afirmaram se o que eles classificaram de envenenamento teria sido deliberado. E disseram que a questão deve ser analisada por autoridades jurídicas.
Em Washington, uma porta-voz da Casa Branca disse que o governo americano estava “profundamente preocupado com essas descobertas” e pediu que as autoridades ucranianas investiguem o caso.
Já na Rússia, um funcionário do Ministério da Saúde questionou as conclusões dos médicos austríacos.
“Dioxina não é um veneno com efeito imediato”, disse Yuri Ostapenko em entrevista a uma rádio russa.
“A toxicidade desenvolve em anos, dezenas de anos, e é impossível receber uma dose em um dia que poderia envenená-lo no dia seguinte.”
Campanha presidencial
Yushchenko foi hospitalizado em setembro passado enquanto participava de sua campanha política pelas eleições presidenciais.
Segundo o candidato, ele havia sido envenenado deliberadamente, mas até então os médicos não tinham com confirmar a tese do líder ucraniano.
Yushchenko acusa autoridades ucranianas de estarem por trás do incidente, numa tentativa de tirá-lo da disputa. Mas as mesmas autoridades negam qualquer envolvimento no assunto.
As eleições presidenciais, ocorridas no mês passado, foram declaradas inválidas após mais de uma semana de protestos em massa contra o resultado que conferiu vitória para o rival de Yushchenko, o primeiro-ministro, Viktor Yanukovych.
Um novo segundo turno está marcado para o próximo dia 26.
A equipe médica que assiste Yushchenko, e atua em Viena, informou que chegou à conclusão após analisar amostras de sangue e tecido do candidato.
Ainda de acordo com os médicos, os efeitos do suposto envenenamento podem ser vistos no rosto de Yushchenko, mas não há indícios de que o candidato tenha sofrido nenhuma agressão séria em órgãos internos.