Qualquer que seja o modelo de TV digital escolhido pelo Brasil, ele terá que incorporar as inovações tecnológicas desenvolvidas aqui, afirmou nesta sexta-feira o ministro das Comunicações, Hélio Costa, em entrevista coletiva à imprensa.
– Nós temos que pedir, a quem receber a autorização para trazer o sistema de modulação para o Brasil, que incorpore a inovações que nós conseguimos com os nossos estudos – disse Costa.
Três padrões de TV digital ainda estão sendo analisados no país: o norte-americano (ATSC), o europeu (DVB) e o japonês (ISDB). Para implantar o novo sistema, o ministro estima que será necessário investimento de US$ 10 bilhões durante dez anos – cerca de R$1 bilhão só no primeiro ano.
Engenheiros, técnicos e cientistas do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) desenvolveram o melhor sistema de middleware, que funciona como um software dentro do aparelho de televisão. Eles também aprimoraram uma ferramenta para a compressão de imagens, além de terem avançado no desenvolvimento da transmissão e do terminal de acesso, o chamado set top box. Esse aparelho funciona como um decodificador e é semelhante ao modelo usado para serviço de TV a cabo: recebe o sinal digital e o converte para ser visualizado em TV analógica.
Hélio Costa informou que o terminal de acesso será produzido no Brasil.
– Nós temos condições de fazer a caixa (decodificador) aqui, 90% de tudo o que tem na caixinha nós temos condições de fabricar. Quando nós decidirmos qual é o sistema de modulação, apenas o chip terá que vir de fora – afirmou.
O custo do chip, segundo o ministro fica em torno de 8% a 10% do preço do set top box.