O furacão Charley castigou o oeste de Cuba nesta sexta-feira e deixou Havana às escuras, com ventos fortes que arrancaram coqueiros e telhados de casas. O furacão rumo agora à costa da Flórida. O Charley provocou ventos de 165 km/h quando chegou à costa sul de Cuba perto da meia-noite, no vilarejo de Guanimar.
Depois, ele atravessou a ilha e perdeu um pouco de intensidade à medida que se dirigiu à costa norte, em Baracoa, oeste da capital. Havana enfrentou sua passagem em total escuridão depois que as autoridades cortaram a energia para evitar acidentes elétricos.
– É um desastre. As rajadas estilhaçaram janelas e levaram o telhado de um abrigo – afirmou uma autoridade local em San Antonio de los Banos, cidade na rota do furacão e a 34 km de Havana.
Os meteorologistas disseram que o Charley deve recuperar força e se transformar em um “importante” furacão no caminho à Flórida. Equipes de emergência já tinham ordenado nesta quinta-feira que mais de 600 mil pessoas no oeste do Estado deixassem suas casas ao longo da costa antes da chegada do furacão.
O presidente cubano, Fidel Castro, que completa 78 anos nesta sexta-feira, chegou depois da meia-noite ao Centro de Meteorologia de Cuba e falou sobre o avanço do Charley ao vivo na televisão, durante uma hora. Ele se mostrou satisfeito pelo furacão não ter atingido Havana com força total.
– Foi como um presente de aniversário da natureza, um presente especial, porque o furacão pode causar grandes estragos em uma capital – disse.
As autoridades retiraram 149 mil pessoas de áreas com risco de inundação e desocuparam os edifícios coloniais do centro de Havana por temor de desabamento. Cerca de 1.300 turistas foram retirados de Key Largo, na costa sul. O aeroporto de Havana estava fechado e os vôos foram desviados para Varadero.
O olho do furacão Charley deve cruzar o sudeste do golfo do México, rumo à costa oeste da Flórida, em algumas horas, disse o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, em Miami.