Troca-troca de partidos ganha força com proximidade de eleições na Câmara

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005 as 21:13, por: CdB

A doze dias da eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o famoso
troca-troca de partidos entre os parlamentares ganhou força no Congresso Nacional. Só o PMDB, que era a segunda maior bancada na Câmara, com 76 deputados, ganhou hoje mais sete e agora está com 83. Amanhã (3), em Recife, o ex-líder do PFL na Câmara Inocênio Oliveira (PE) filia-se ao PMDB. Com isso, a legenda passa a ter 84 deputados, seis a menos do que o PT – que é atualmente o maior partido da Casa.

Até o dia 14, quando será realizada a eleição, o PMDB continuará trabalhando para atrair novos deputados e se tornar a maior bancada da Câmara. “Estamos cuidando do PMDB. Há uma possibilidade de crescimento do partido”, disse o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), após passar a tarde reunido com o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.

As mudanças de partido estão ligadas diretamente à formação das comissões técnicas da Câmara. A distribuição da presidência das comissões por partido é feita com base no tamanho de cada bancada, e o prazo final a ser tomado como referência para 2005 vence no dia 14 de fevereiro à meia-noite. Até lá, a guerra em busca de novos deputados continua.

Para o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), o troca-troca de partidos não é saudável para a imagem da instituição. “A troca de partido nunca é boa, nem no começo, nem no final, nem no meio dos mandatos. O eleitor vota num determinado candidato, em determinado partido, e gostaria de vê-lo encerrar o seu mandato naquele partido que o elegeu”, disse.

A Câmara tem 20 comissões técnicas encarregadas de discutir e apreciar proposições voltadas para os temas de cada uma delas. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é considerada a mais importante da Casa, já que por ela passam todos os projetos em tramitação para que a constitucionalidade da matéria seja analisada. O partido com maior bancada na Câmara, como tem direito à primeira escolha de comissões, tradicionalmente opta pela CCJ. Por serem atualmente as três maiores bancadas, PT, PMDB e PFL ocupam a presidência de três comissões, cada um.

Com as mudanças já efetivadas nesta semana pelos parlamentares, o PFL terá uma comissão a menos neste ano. O PT passa de três para quatro comissões, o PMDB se mantém com três, e o restante dos partidos terá a presidência de uma ou duas comissões proporcionais ao tamanho de suas bancadas.