Torcida do Napoli critica absolvição de Francesco Acerbi em caso de racismo

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Publicado quarta-feira, 27 de março de 2024 as 13:16, por: CdB

Algumas iniciativas para demonstrar solidariedade ao brasileiro serão organizadas durante a partida contra a Atalanta, no próximo sábado, no estádio Diego Armando Maradona.

Por Redação, com ANSA – de Roma

A torcida organizada do Napoli protestou contra a decisão das autoridades esportivas da Itália de inocentar o zagueiro Francesco Acerbi, da Internazionale, da acusação de racismo contra o brasileiro Juan Jesus.

Napoli não usará o patch do ‘Keep Racism Out’ no próximo jogo da Série A

Uma faixa assinada pela Ultras 1972, uma das principais organizadas do atual campeão italiano, foi esticada na Piazza del Plebiscito em apoio ao lateral-esquerdo.

“Sistema hipócrita. Acerbi é o seu emblema”, dizia a mensagem.

Algumas iniciativas para demonstrar solidariedade ao brasileiro serão organizadas durante a partida contra a Atalanta, no próximo sábado, no estádio Diego Armando Maradona.

Para uma delas, o italiano Tommaso Bianchini, diretor de receitas dos azzurri, confirmou que o Napoli não vai usar o patch do “Keep Racism Out” em suas camisas após a decisão dos magistrados no caso envolvendo Acerbi.

No geral, a notícia da absolvição do defensor interista, acusado de injúria racial por Juan Jesus, não foi bem recebida por diversas pessoas no mundo futebol, com vários fãs e políticos frustrados nesta nova falta de ação das autoridades esportivas do país na luta contra o racismo.

“O Napoli não se juntará mais a iniciativas meramente de fachadas das instituições do futebol contra o racismo e a discriminação. Continuaremos fazendo nós próprios, como sempre fizemos, mas com uma renovada convicção e determinação”, explicou o clube em uma nota.

‘Cada vez menos vontade de jogar’, diz Vini Jr. sobre racismo

O jogador brasileiro Vinicius Junior se emocionou em uma entrevista coletiva na véspera do amistoso entre Brasil e Espanha, que jogaram na terça-feira no estádio Santiago Bernabéu em Madri.

Cada vez eu tenho menos vontade de jogar”, disse ele, ao comentar os recorrentes casos de racismo que tem sofrido no futebol espanhol, onde defende o Real Madrid.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) escolheu fazer justamente em Madri, tendo a Real Federação de Futebol da Espanha como parceira, um amistoso para promover uma mensagem antirracista.

– Tenho lutado bastante por tudo que tem acontecido comigo. É desgastante por estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido, nenhum clube é punido. A cada dia, luto por todos que passam por isso. Se fosse só por mim e pela família, não sei se continuaria. Mas fui escolhido para defender uma causa bem importante e que eu estudo a cada dia para que no futuro meu irmão de cinco anos não passe pelo que estou passando – desabafou Vinicius.

Parceira da CBF neste amistoso, a federação espanhola é uma das entidades constantemente criticadas pela passividade na apuração e condenação das dezenas de episódios de racismo que Vinicius já sofreu em partidas do Campeonato Espanhol.

No último episódio, no dia 13 de março, o jogador foi vítima de ofensas racistas da torcida do Atlético de Madrid em um jogo no qual sequer estava envolvido – o duelo do Atleti era contra a Internazionale de Milão pela Liga dos Campeões.

Organizadora do torneio, a Uefa disse que não poderia agir porque as ofensas aconteceram do lado de fora do estádio.

Dentre os mais de 15 episódios já registrados nas últimas duas temporadas, o mais emblemático aconteceu em 21 de maio de 2023, quando Vinicius Junior foi expulso pelas reações ao coro racista da torcida do Valencia em um jogo no estádio Mestalla pelo Campeonato Espanhol.

– A cada denúncia, cada vez mais as pessoas me insultam. Eles pensam que estou contra a Espanha, mas não estou contra a Espanha, estou contra os racistas do mundo, de toda parte. Quero igualdade. Depois de um ano, tive muitos contatos, reuniões, conversas com pessoas que querem fazer as coisas evoluírem e outras que só querem escutar o que eu tenho para falar, mas não querem colocar nada para frente – reclamou o brasileiro.

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