Termina rebelião em presídio de Contagem

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Publicado quarta-feira, 9 de abril de 2003 as 09:10, por: CdB

Após dez horas de tensão, acabou por volta das 4h30 desta quarta-feira a rebelião no presídio Nelson Hungria, em Contagem, na região metroplitana de Belo Horizonte. Os dois últimos reféns foram libertados e o líder do motim, o traficante Rogério Amaral dos Santos, o Rogerão, foi transferido.

Na manhã desta quarta-feira, será feita uma “varredura” no presídio, em busca de armas que foram usadas no motim.

No início da noite desta terça-feira , Rogério seria levado para uma delegacia na capital, o que levou os presos do pavilhão onde estava a se rebelarem. Rogerão comandava este pavilhão e não aceitava ir para uma carceragem em Belo Horizonte.

Inicialmente seis funcionários foram feitos reféns, um deles foi liberado em seguida. No final da noite de terça-feira, outro carcereiro foi solto porque estava baleado no pé, vítima da troca de tiros entre policiais e amotinados. As negociações continuaram pela madrugada quando dois outros reféns foram liberados e só acabaram quando os dois últimos funcionários, entre eles o sub-diretor da unidade, foram soltos.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o deputado petista Durval Ângelo, esteve em frente ao presídio durante o motim e disse à imprensa que através de um tefone público instalado no presídio, um dos detentos lhe garantiu que haviam quatro mortos e alguns feridos nas celas do pavilhão.

Os últimos reféns foram soltos porque Rogerão aceitou a proposta feita pela polícia, de ser transferido para um presídio próximo à Ipatinga. Porém, após a libertação dos funcionários, a polícia voltou atrás e o traficante está sendo levado neste momento para a carceragem do D.O.S., em Belo Horizonte.

Rogério dos Santos está sendo transferido porque teria ameaçado matar dois deputados da Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa.

Há cerca de quinze dias, durante blitze nas celas do presídio Nelson Hungria, a polícia encontrou piscinas de plástico, churrasqueira e freezers cheios de carne, que seriam usados pelos traficantes, que dominariam os pavilhões.

Outros presos denunciaram que durante o fim de semana, estes líderes contratariam garotas de programas para shows de “stip-tease”em palcos improsvisados na unidade.