Terceiro setor pede ajuda do G-8 para erradicar a fome

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 25 de maio de 2004 as 09:35, por: CdB

Uma coalizão internacional formada por mais de 1.500 grupos de ajuda humanitária pediu nesta terça-feira aos líderes do G-8 que façam da erradicação da pobreza um item central de sua futura agenda. O G-8 (do qual participam os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) realiza uma cúpula no próximo mês nos Estados Unidos.

Em um comunicado enviado para os líderes mundiais que devem comparecer ao evento, os grupos pediram ao G-8 que use todos os instrumentos disponíveis para atingir as metas de desenvolvimento fixadas por 180 países em uma reunião realizada em 2000.

“Enquanto os senhores debatem as estratégias para atingir a estabilidade mundial, pedimos que se lembrem de que muitos dos senhores deram declarações públicas de apoio a um desenvolvimento efetivo como parte de qualquer política,” disse em um comunicado a coalizão dos grupos de ajuda.

As metas fixadas na cúpula de 2000, patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU), incluem o corte pela metade dos índices de pobreza extrema e da fome, o oferecimento de educação básica, a promoção da igualdade da mulher, a diminuição da mortalidade entre mulheres e crianças e o combate à Aids até 2015.

A reunião de junho próximo reunirá representantes dos EUA, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Canadá e Rússia.

“O principal é que promessas foram feitas e precisamos agora ver medidas sendo adotadas,” afirmou Mary McClymont, presidente do grupo InterAction, com base nos EUA e que representa mais de 160 ONGs.

Os grupos, que representam ONGs italianas, alemãs, japonesas, canadenses, britânicas, francesas e norte-americanas, entre outras, disseram que seu trabalho em países em desenvolvimento lhes deu uma compreensão única dos desafios que os pobres enfrentam.

“Nossas organizações estão trabalhando para ajudar as cerca de 1,2 bilhão de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia; as 800 milhões de pessoas que vão para a cama com fome todas as noites; as 115 milhões de crianças que não conseguem frequentar escolas; e as 1.400 mulheres que morrem por dia por não ter acesso ao sistema de saúde durante a gravidez e o parto”, disseram.