Tênis brasileiro vive “dia de fúria”

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Publicado quarta-feira, 10 de março de 2004 as 20:50, por: CdB

A confusão instalada no tênis brasileiro aumentou um dia depois que Gustavo Kuerten se recusou a defender a equipe contra o Paraguai na Copa Davis. Na manhã desta quarta-feira, Flávio Saretta aderiu ao boicote iniciado por Guga. Os tenistas questionam a atual administração da Confederação Brasileira de Tênis (CBT). A gota d’água foi troca do capitão Ricardo Acioly por Jaime Oncins, sem consulta prévia aos jogadores.

“Estou tomando essa decisão porque não concordo com a CBT, com a situação do tênis atual. Acho que não fomos respeitados e, pela primeira vez, acho que poderemos fazer alguma coisa a favor do tênis brasileiro”, afirmou Saretta.

Em nota oficial divulga nesta terça, o presidente da CBT, Nelson Nastás, afirmou que não vai ceder às pressões dos tenistas e que cumprirá seu mandato até o fim do ano.

No início da tarde, Jaime Oncins, em entrevista coletiva, anunciou sua saída do comando da equipe da Davis. Ele tomou a decisão depois de ouvir as opiniões de Guga, Saretta e André Sá, que, assim como os dois primeiros, não defenderia o Brasil contra o Paraguai.

“Desde que assumi, sempre me posicionei como capitão. Disse que estaria com os tenistas do início ao fim. Os jogadores estavam muito descontentes. Pensei que poderia lutar pelos tenistas lá dentro. Infelizmente, o grupo achou que essa era a melhor postura”, disse Oncins.

Não bastassem os problemas envolvendo a Copa Davis, a CBT teve de enfrentar uma questão judicial. Policiais estiveram na sede da confederação, na Avenida Paulista, em São Paulo, cumprindo um mandado de busca e apreensão.

As acusações que recaem sobre os dirigentes da entidade são de formação de quadrilha, falsidade ideológica, estelionato e uso de documento falso.

Carlos Alberto Martelotte, superintendente da entidade, disse aos policiais que toda a documentação contábil está no Rio de Janeiro. Agora a confederação terá cinco dias para apresentar os documentos.