Telmex quer manter suas tarifas congeladas em 2005

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Publicado quarta-feira, 20 de outubro de 2004 as 17:00, por: CdB

A Telmex, gigante mexicana de telecomunicações, afirmou nesta quarta-feira que decidiu manter as suas tarifas telefônicas congeladas no México em 2005, uma medida que a empresa tem adotado há quatro anos e que limita o seu crescimento financeiro.

– A única maneira em que poderemos manter a lucratividade no futuro é aumentando a produtividade, e não aumentando as tarifas – disse Jaime Chico Pardo, diretor-geral da Telmex, em uma conferência telefônica com analistas.

– Não aumentamos as tarifas nos últimos quatro anos e não planejamos aumentá-las no próximo ano – acrescentou.

A Telmex, que controla mais de 95% do mercado mexicano de telefonia local e é o maior provedor de telefonia de longa distância no país, é parte do império do magnata Carlos Slim, dono da Claro e da Embratel no Brasil.

Em 2000, a Telmex decidiu congelar suas tarifas voluntariamente, diante da desaceleração da economia mexicana.

A decisão contraiu o crescimento da empresa no México, embora o uso de celulares tenha começado a crescer, por estar mais barato que a telefonia fixa. Para contrabalancear, a Telmex saiu em busca de novos mercados na América do Sul, incluindo compras no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru.

Com a aquisição em julho da Embratel, a companhia conseguiu forte presença no Brasil, mas também tem maior pressão nas margens operacionais da Telmex, o que tem aumentado a dívida da empresa.

DÍVIDA DA EMBRATEL

A Embratel divulgou nesta semana que teve prejuízo líquido no terceiro trimestre, de 66,6 milhões de reais, pior do que o esperado. A Telmex disse que se focará daqui em diante no refinanciamento de grande parte da dívida da Embratel, que no fim de setembro chegava a 3,6 bilhões de reais.

– Estamos falando de cerca de 600 milhões de dólares. Vamos fazer em diferentes etapas – afirmou o diretor de Finanças da Telmex, Adolfo Cerezo, na conferência com analistas.

– Uma delas será em reais. Será uma transação em commercial papers, provavelmente um terço desses 600 milhões – informou.

– Depois, uma segunda etapa será em um crédito bilateral em dólares, e uma terceira em crédito sindicalizado – acrescentou.

A reestruturação da dívida, segundo Cerezo, deverá estar pronta até o final de 2004. Os diretores da Telmex não estavam disponíveis para dar mais detalhes.