Tecnologias termonucleares mudarão paradigma da cosmonáutica

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Publicado sexta-feira, 23 de dezembro de 2016 as 11:10, por: CdB

Segundo o cientista, atualmente a Rússia está trabalhando na criação de um propulsor nuclear da classe megawatt para voos espaciais

Por Redação, com Sputnik – de Moscou:

O uso de tecnologias termonucleares poderá mudar o paradigma da cosmonáutica, tornando voos guiados no espaço distante possíveis, algo que por agora não pode ser alcançado por meio de tecnologias modernas.

O uso de tecnologias termonucleares poderá mudar o paradigma da cosmonáutica, tornando voos guiados no espaço distante possíveis
O uso de tecnologias termonucleares poderá mudar o paradigma da cosmonáutica, tornando voos guiados no espaço distante possíveis

Essa opinião foi exposta por Mikhail Kovalchuk, presidente do Centro de Pesquisa Russo/Instituto Kurchatov.

– Estamos na margem da exploração do espaço distante. Mas em naves espaciais equipadas com baterias solares, tal tarefa será impossível fazer por razões óbvias. São necessárias fontes de energia completamente novas – informou Kovalchuk à agência RIA Novosti.

Segundo o cientista, atualmente a Rússia está trabalhando na criação de um propulsor nuclear da classe megawatt para voos espaciais. Hoje em dia, a órbita de satélites geoestacionários é corrigida com ajuda de motores de plasma que estão instalados nesses satélites elaborados pelo Instituto Kurchatov e produzidos pela empresa de construção Fakel.

– Posteriormente será possível criar motores de plasma potentes sem eléctrodos para foguetes. Tais motores poderão ser usados para voos distantes interplanetários. O próximo passo será a construção de motor termonuclear para foguete com base no sistema da síntese termonuclear. Chamada de ‘armadilha aberta’. Onde o plasma vai criar propulsão reativa – explica Kovalchuk.

O cientista ressalta que o motor desse tipo poderá acelerar ou atrasar o movimento. Manobrar no espaço. “Tal detalhe fundamental é fundamental e, de fato, causará mudança no paradigma da cosmonáutica”, conclui Kovalchuk.

Viagens espaciais

Segundo o acadêmico Aleksandr Zheleznyakov da Academia russa de Cosmonáutica Tsiolkovsky. O foguete Angará A5B deve continuar sendo desenvolvido, mesmo que atualmente não haja carga para ele, porque futuramente terá demanda.

Este foguete pode colocar em órbita até 37,5 toneladas de carga útil. Mais cedo o diretor-chefe da Roscosmos, corporação espacial estatal russa, Igor Komarov declarou que atualmente não há necessidade imediata do Angará A5B. 

– Atualmente não temos nenhuma carga para este foguete superpesado. Mas se nos preparamos para voar a Lua, construir uma base lá, vamos precisar dele  no futuro. Se queremos voar a outros planetas, devemos ter os correspondentes. meios de lançamento. Por isso é obrigatório desenvolvê-lo – disse Zheleznyakov.

A classe inovadora Angará inclui uma série de foguetes transportadores eco-amigáveis de diferentes tipos, que permitem lançar até 37,5 toneladas de carga útil à órbita baixa da Terra.

As diferentes configurações se diferenciam pelo número de unidades de propulsão do primeiro estágio. Futuramente, os foguetes pesados Angará serão equipados com um terceiro estágio a hidrogênio, o que permite lançar de Plesetsk cargas mais pesadas. O primeiro voo pilotado do Angará pesado deve ocorrer em 2018 a partir do cosmódromo de Vostochny, na região de Amur.