Taxistas entram em confronto com motoristas do Uber em SP

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Publicado sexta-feira, 29 de janeiro de 2016 as 11:28, por: CdB

 

A presença do aplicativo Uber na capital paulista gera polêmica e já provocou inúmeros protestos de taxistas

Por Redação, com ABr – de São Paulo/Brasília:

 

Motoristas do Uber, aplicativo que presta serviço de transporte, foram hostilizados e tiveram carros danificados por taxistas na capital paulista. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 taxistas que trabalhavam na madrugada desta sexta-feira em um baile de carnaval do Hotel Unique, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, ficaram revoltados com a presença dos carros do Uber, que deixavam e buscavam passageiros.

A manifestação, de acordo com a PM, ocorreu entre as 22h de quinta e as 5h desta sexta-feira. Uma pessoa foi detida por estar com dois rojões, e encaminhada ao 14º Distrito Policial em Pinheiros. A Secretaria Estadual de Segurança não soube informar se o detido foi liberado e também não forneceu detalhes sobre a ocorrência.

A presença do aplicativo Uber na capital paulista gera polêmica e já provocou inúmeros protestos de taxistas. Na última quarta-feira, a prefeitura deu início à expedição de 5 mil alvarás do Táxi Preto, com o objetivo de diminuir o déficit de alvarás na cidade e coibir o comércio ilegal dessas autorizações. O serviço terá o pagamento e o trajeto definidos pela Internet.

Uma pessoa foi detida por estar com dois rojões
Uma pessoa foi detida por estar com dois rojões

Legalização do Uber

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que a maioria dos taxistas é contra a legalização do serviço de transporte Uber. Entre os 92,1% dos taxistas que já ouviram falar do aplicativo, 72% disseram ser contra a legalização e 59,9% consideram a possibilidade de oferecer um serviço diferenciado em seu táxi para torná-lo mais vantajoso na concorrência com o Uber.

Nas cidades onde o Uber opera (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo), 68,6% dos motoristas de táxi perceberam impacto negativo em sua atividade devido a esse serviço, pois houve diminuição de passageiros.

Segundo a pesquisa, 94,9% dos taxistas entrevistados diz que houve diminuição na demanda por seus serviços no ano passado. Para 43%, o motivo foi a crise econômica do país e 30,3% consideram que a causa seja consequência do transporte clandestino/ilegal.

Mais de dois terços dos taxistas entrevistados exercem a profissão há mais de cinco anos e 93,9% têm veículos com até seis anos de uso. A maior parte (45,7%) concluiu o ensino médio. Entre os pontos positivos citados em relação à profissão, 62,3% alegam ter autonomia para definir o horário de trabalho e 40,7% gostam da flexibilidade da jornada. Mas 74,6% consideram a profissão perigosa e 51,4%, desgastante. Ao comentar sobre os riscos, 28,5% disseram ter sido vítimas de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos.

A pesquisa entrevistou 1.001 taxistas nas principais regiões metropolitanas de 12 estados, entre os dias 4 e 14 de novembro do ano passado, em locais de grande fluxo de táxis, como regiões centrais, aeroportos, estações rodoviárias, de metrôs e de trens urbanos.