A presença do aplicativo Uber na capital paulista gera polêmica e já provocou inúmeros protestos de taxistas
Por Redação, com ABr – de São Paulo/Brasília:
Motoristas do Uber, aplicativo que presta serviço de transporte, foram hostilizados e tiveram carros danificados por taxistas na capital paulista. Segundo a Polícia Militar, cerca de 300 taxistas que trabalhavam na madrugada desta sexta-feira em um baile de carnaval do Hotel Unique, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, ficaram revoltados com a presença dos carros do Uber, que deixavam e buscavam passageiros.
A manifestação, de acordo com a PM, ocorreu entre as 22h de quinta e as 5h desta sexta-feira. Uma pessoa foi detida por estar com dois rojões, e encaminhada ao 14º Distrito Policial em Pinheiros. A Secretaria Estadual de Segurança não soube informar se o detido foi liberado e também não forneceu detalhes sobre a ocorrência.
A presença do aplicativo Uber na capital paulista gera polêmica e já provocou inúmeros protestos de taxistas. Na última quarta-feira, a prefeitura deu início à expedição de 5 mil alvarás do Táxi Preto, com o objetivo de diminuir o déficit de alvarás na cidade e coibir o comércio ilegal dessas autorizações. O serviço terá o pagamento e o trajeto definidos pela Internet.
Legalização do Uber
Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que a maioria dos taxistas é contra a legalização do serviço de transporte Uber. Entre os 92,1% dos taxistas que já ouviram falar do aplicativo, 72% disseram ser contra a legalização e 59,9% consideram a possibilidade de oferecer um serviço diferenciado em seu táxi para torná-lo mais vantajoso na concorrência com o Uber.
Nas cidades onde o Uber opera (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo), 68,6% dos motoristas de táxi perceberam impacto negativo em sua atividade devido a esse serviço, pois houve diminuição de passageiros.
Segundo a pesquisa, 94,9% dos taxistas entrevistados diz que houve diminuição na demanda por seus serviços no ano passado. Para 43%, o motivo foi a crise econômica do país e 30,3% consideram que a causa seja consequência do transporte clandestino/ilegal.
Mais de dois terços dos taxistas entrevistados exercem a profissão há mais de cinco anos e 93,9% têm veículos com até seis anos de uso. A maior parte (45,7%) concluiu o ensino médio. Entre os pontos positivos citados em relação à profissão, 62,3% alegam ter autonomia para definir o horário de trabalho e 40,7% gostam da flexibilidade da jornada. Mas 74,6% consideram a profissão perigosa e 51,4%, desgastante. Ao comentar sobre os riscos, 28,5% disseram ter sido vítimas de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos.
A pesquisa entrevistou 1.001 taxistas nas principais regiões metropolitanas de 12 estados, entre os dias 4 e 14 de novembro do ano passado, em locais de grande fluxo de táxis, como regiões centrais, aeroportos, estações rodoviárias, de metrôs e de trens urbanos.