Taxa de juros brasileira lidera ranking das mais altas do mundo

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Publicado quinta-feira, 27 de outubro de 2022 as 13:38, por: CdB

Descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, de 5,11%, os juros reais do Brasil ficaram em 7,8% – suficientes para manter o país no topo da lista, acima de México, Colômbia e Chile. A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação.

Por Redação – de Brasília

Embora a taxa oficial de juros do país (Selic) permaneça estacionada há quase três meses, em 13,75%, enquanto sobem no exterior, o Brasil continua na liderança do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento compilado por economistas das plataformas ‘MoneYou’ e ‘Infinity Asset Management’, seguido pelo México e Turquia. Em decisão, na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a Selic inalterada.

Juros, Selic
A alta na taxa básica de juros da economia brasileira é repercutida nos bancos

Descontada a inflação esperada para os próximos 12 meses, de 5,11%, os juros reais do Brasil ficaram em 7,8% – suficientes para manter o país no topo da lista, acima de México, Colômbia e Chile. A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.

Juros nominais

Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira se manteve na segunda posição – atrás apenas da Argentina, onde a taxa é de 75%, mas onde a hiperinflação derruba a taxa real para -20,64%.

O BC subiu os juros entre março de 2021 e agosto deste ano. Foram 12 elevações seguidas da taxa Selic, que avançou 11,75 pontos percentuais, configurando o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999, ou seja, em 23 anos.

No comunicado emitido após a reunião, o Copom avalia que o “conjunto dos indicadores” nos últimos 45 dias sinalizou “ritmo mais moderado de crescimento” da atividade econômica brasileira. Ainda em nota, o Copom observa que, apesar de quedas recentes em áreas específicas, “a inflação ao consumidor continua elevada”.

Defasagem

O aumento do juro básico da economia reflete em taxas bancárias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decisão do BC e o encarecimento do crédito (entre seis meses e nove meses). A elevação da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos.

Na outra ponta, aplicações em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures (títulos de empresas), passam a render mais. Ao manter a Selic, o BC repetiu a disposição em estacionar a taxa básica de juros no atual patamar por um tempo prolongado.

“O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, repetiu o colegiado, em nota.

Equilíbrio

O setor produtivo recebeu bem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano. Entidades, no entanto, pediram que o Banco Central (BC) comece a reduzir a taxa assim que a inflação se mostrar contida.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os juros altos continuam necessários para segurar a inflação atual e manter sob controle as expectativas para os preços em 2022 e 2023. A entidade, porém, destacou que o Brasil tem um dos maiores juros reais (acima da inflação) do mundo e defendeu o equilíbrio dos gastos públicos para que os juros comecem a cair mais rapidamente.

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