Tanques israelenses cercam o hospital Nasser, no sul de Gaza

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Publicado terça-feira, 26 de março de 2024 as 11:53, por: CdB

Uma operação parecida começou em 18 de março no hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, o maior do território palestino. Foram ouvidos tiros no centro médico, localizado em Khan Yunis, mas não houve bombardeios, afirmaram testemunhas.

Por Redação, com CartaCapital – de Gaza

Dezenas de tanques e veículos blindados israelenses cercaram nesta terça-feira o hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, onde milhares de deslocados estão aglomerados, relataram várias testemunhas.

Entorno do Hospital Nasser, em Khan Yunis, está destruído pelos bombardeios israelenses

Foram ouvidos tiros no centro médico, localizado em Khan Yunis, mas não houve bombardeios, afirmaram testemunhas.

O Ministério da Saúde do território, governado pelo movimento islamista Hamas, informou que as forças israelenses realizavam “operações violentas nos arredores, em preparação para um ataque”.

“Milhares de deslocados ainda estão no hospital”, acrescentou o ministério.

O Exército israelense, contatado pela agência francesa de notícias AFP, não fez comentários.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, forças israelenses realizam operações em hospitais do território, alegando que procuram combatentes palestinos.

Uma operação deste tipo começou em 18 de março no hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, o maior do território palestino, onde o Exército afirmou ter matado mais de 150 combatentes.

Relatora da ONU acusa Israel de ‘atos de genocídio’ na Faixa de Gaza

A relatora especial das Nações Unidas sobre os direitos humanos nos territórios palestinos indicou que “há motivos razoáveis” para afirmar que Israel comete “atos de genocídio em Gaza“, em um relatório divulgado na segunda-feira e que menciona o risco de “uma limpeza étnica”.

– A índole e a escala do ataque israelense contra Gaza e as destrutivas condições de vida que desencadearam revelam uma tentativa de destruir os palestinos fisicamente como grupo – afirma a relatora, Francesca Albanese, no documento que apresentará amanhã ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Israel chamou essas conclusões de “inversão obscena da realidade”.

O documento da relatora, intitulado Anatomia de um Genocídio, afirma que “existem motivos razoáveis para acreditar que se alcançou o limite que indica que foram cometidos atos de genocídio contra os palestinos em Gaza”.

Francesca Albanese, especialista independente designada pelo Conselho de Direitos Humanos cujas declarações não têm caráter oficial, enumera vários desses atos, como “matar membros do grupo” designado ou impor a eles, “deliberadamente, condições de vida destinadas a causar a sua destruição física total ou parcial”.

A missão diplomática de Israel em Genebra declarou que “rejeita veementemente o relatório” e considera suas conclusões “uma mera extensão da campanha que busca minar o estabelecimento do Estado judeu”. “A guerra de Israel é contra o Hamas, e não contra os civis palestinos”, ressaltou.

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