O homem suspeito de ter assassinado o controverso cineasta holandês Theo van Gogh tinha ligação com extremistas islâmicos e era amigo de um suspeito de terrorismo, disseram jornais holandeses nesta quarta-feira. A polícia de Amsterdã não quis comentar a informação.
– Ele está preso, mas não posso dizer onde ele está ou o que estamos fazendo – afirmou um porta-voz.
O cineasta, que havia sido acusado pelos muçulmanos de ridicularizar a religião deles, foi baleado nesta terça-feira. Duas facas foram encontradas em seu corpo – uma delas segurando um bilhete a seu peito.
O jornal Volkskrant disse que o suspeito, de 26 anos e que teria dupla nacionalidade holandesa e marroquina, era conhecido pelos serviços de segurança nacional, mas que não estava entre o grupo de 150 muçulmanos que a agência de segurança AIVD monitorava.
Uma reportagem do De Telegraaf afirmou que o suspeito era amigo de Samir Azzouz, cuja prisão em junho provocou alarme depois que mapas detalhados de edifícios e armas foram encontrados em uma busca. A foto de capa do jornal mostrou o corpo do cineasta na rua, com as duas facas aparentes.
A polícia não comentou o conteúdo do bilhete pendurado em seu peito. A imprensa holandesa disse na terça-feira que ele continha frases do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. Van Gogh, de 47 anos, era bisneto do irmão do pintor Vincent van Gogh. Ele provocou controvérsia com seus artigos de jornal, livros e filmes que expressavam opiniões duras sobre o Islã após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
O cineasta acusou imãs de odiarem as mulheres e ridicularizou o profeta Maomé em suas colunas de jornais. Ele foi atacado perto de um parque próximo ao centro da capital holandesa, a caminho do trabalho. A polícia prendeu um homem perto da cena do crime depois de uma troca de tiros, na qual o suspeito feriu um policial.