S&P vê mercado mais difícil para siderúrgicas européias

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Publicado segunda-feira, 11 de abril de 2005 as 14:58, por: CdB

As siderúgicas da Europa podem enfrentar condições menos favoráveis de mercado na segunda metade de 2005, que podem por sua vez reduzir sua capacidade de resolver questões de longo prazo, avaliou a agência de classificação de risco Standard & Poor’s em relatório divulgado nesta segunda-feira.

– O forte aumento nos preços do aço e o bom desempenho do balanço em 2004 ofereceram a produtores europeus uma oportunidade rara de lidar com mudanças estruturais que estão acontecendo na indústria em todo o mundo – afirmou o analista da S&P Tommy Trask.

– Agora, entretanto, existem sinais de que a falta de aço no mundo pode estar perto de (e vai em algum ponto) se corrigir. Consequentemente, os preços podem retomar os níveis do passado e continuar um declínio gradual, influenciado pelos ganhos de eficiência e produtividade – complementou.

A agência observou que a redução da demanda já levou uma siderúrgica a cortar a produção, lembrando que em março deste ano a Arcelor, segunda maior siderúrgica do mundo, anunciou a redução em 1 milhão de toneladas da produção de aço plano de carbono na Europa, após a queda de 14% na demanda por esses produtos na região.

A S&P aponta alguns fatores que podem atrapalhar as siderúrgias européias, como dificuldade em repassar custos, aumento da capacidade de siderúrgicas de mercados emergentes e aumento do custo de financiamento, à medida que pressões inflacionáras nos Estados Unidos sinalizam a possibilidade de uma mudança no apetite por risco entre investidores.

O relatório da agência identifica ainda algumas tendências que devem nortear os negócios das principais siderúrgicas da Europa, como o fato do o aço líquido estar cada vez mais sendo produzido perto das fontes de matéria-prima e em países com custo mais baixo de trabalho, informou, citando o Brasil como exemplo.

A S&P diz ainda que as operações de distribuição e centros de serviço posicionados a usuários finais são cada vez mais vistos como vantagem competitiva, porque o controle da distribuição é importante.