O Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência (CEAMVV) que funciona no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio – também conhecido como SOS Mulher – atendeu 4.639 mulheres de março de 1999 a julho de 2004. O serviço foi inaugurado no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, pelo secretário de Saúde, Gilson Cantarino, preocupado com dados que identificavam as agressões contra a mulher. O centro realizou 41.875 atendimentos médicos desde a inauguração.
Segundo Moysés Rechtman, responsável pelo serviço, a maioria das mulheres atendidas (39%) tem entre 19 e 29 anos. Quanto à situação conjugal, 35% são solteiras com parceiro íntimo. Cerca de 60% das mulheres atendidas pelo serviço não trabalham e 71% têm escolaridade até 1º grau incompleto. De março de 1999 a julho de 2004 foram atendidas 320 mulheres vítimas de estupro.
– O aumento da procura pelo SOS Mulher, no caso das vítimas de estupro, se deve à conscientização das mulheres pela busca do serviço médico especializado, que inclui a profilaxia e o encaminhamento ao exame de corpo de delito e é um serviço diferenciado – explicou Rechtman.
De acordo com ele, 34% das mulheres agredidas têm lesão da face, o que denota o objetivo do agressor em humilhar a vítima esbofeteando-a. Das adolescentes agredidas 2/3 foram espancadas por familiares (pai, mãe, irmão etc.) e 1/3 já apanharam do companheiro.
As mulheres vítimas de violência são acompanhadas recebendo atenção médica, psicológica, social e de enfermagem de natureza continuada.
Para o coordenador do centro está comprovado que o serviço está dando certo. Uma delas é a parceria com o Fórum de Santa Cruz, que obriga os agressores a serem atendidos pela equipe do centro. Desde setembro quando foi criada a parceria, 23 agressores já foram atendidos.