Sobreviventes da Índia passam fome

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sábado, 1 de janeiro de 2005 as 10:37, por: CdB

O governo indiano não permitiu que membros de organizações humanitárias e voluntários internacionais entrassem nas regiões mais atingidas pelo maremoto que devastou países do sul da Ásia e África no último domingo. Em Andaman e Nicobar, dois dos locais mais afetados, as pessoas sofrem com a falta de água e alimentos. Até o momento não está claro o número exato de vítimas.

Autoridades indianas tradicionalmente barram a entrada de estrangeiros na maioria das ilhas. Um dos motivos é a segurança, já que há uma base da Força Aérea indiana em Car Nicobar. Existe também um grupo de indígenas que habitam a região e que seriam especialmente protegidos pelo governo. Até mesmo os indianos precisam de permissão especial para ir ao local.

Poucos voluntários conseguiram chegar em Port Blair, onde não é necessário nenhuma permissão especial para entrar. Mas ninguém pode percorrer as cerca de 500 ilhas do arquipélago, severamente atingidas pelo maremoto.

“Não há nada para comer. Não há água. Em alguns dias, as pessoas começarão a morrer de fome”, disse Anup Ghatak, morador local. Ontem, um funcionário da administração regional afirmou que 712 corpos foram enterrados ou cremados, e ao menos 3.754 pessoas estavam desaparecidas.

Sobreviventes se amontoavam em oito campos de sobreviventes de Port Blair, capital dos arquipélagos de Andamam e Car Nicobar, na baía de Bengala. Segundo a agência de notícias Reuters, o Ministério do Interior indiano divulgou um comunicado neste sábado afirmando que há uma estimativa de mais de 12 mil pessoas mortas. O número oficial de mortos no país chega a 8.942.