Siemens venderá unidade de celulares para taiuanesa BenQ

A gigante alemã de engenharia Siemens anunciou nesta terça-feira que está vendendo sua unidade de telefones celulares para o grupo taiuanês de menor porte BenQ . O negócio encerra uma sequência de centenas de milhões de euros de prejuízo para a Siemens.

O acordo, que vai custar à Siemens 350 milhões de euros (US$ 431 milhões) antes de impostos, vai permitir à BenQ dobrar suas receitas anuais para US$ 10 bilhões,  informou a empresa, e catapultá-la de uma relativa posição de obscuridade no setor para a lista dos 10 principais fabricantes de celulares do mundo.

A BenQ vai usar a marca da Siemens por cinco ano anos e vai assumir alguns importantes contratos de patrocínio esportivo, incluindo o do time espanhol de futebol Real Madrid.
A empresa asiática também vai assumir 6 mil funcionários da Siemens, metade dos quais na Alemanha, onde muitas garantias de emprego estão válidas até 2006, após acordo fechado no ano passado que envolveu jornada de trabalho mais longa. A sede da companhia continuará sendo em Munique, na Alemanha.

Em troca, a Siemens vai adquirir uma participação de 2,5% da BenQ, principal fabricante de equipamentos e celulares de Taiwan, com a emissão de 50 milhões de euros em novas ações da BenQ.

As empresas não revelaram mais informações financeiras sobre o acordo. Executivos da Siemens devem se reunir com jornalistas e analistas ainda nesta terça-feira. O acordo deve ser finalizado no trimestre de setembro se aprovado pelos acionistas da BenQ e por autoridades governamentais.
 
– Com essa parceria nós encontramos uma perspectiva sustentável para nossa divisão de telefones móveis. A BenQ e a Siemens se complementam de maneira ideal – disse o presidente-executivo da Siemens, Klaus Kleinfeld.

A divisão de celulares da Siemens, a única unidade voltada a consumidores no portfólio de atividades do grupo alemão, obteve 5 milhões de euros em receitas no último ano fiscal, mas sofreu um prejuízo operacional de 152 milhões de euros.

A BenQ espera que a unidade de celulares alcance o equilíbrio financeiro em 2006, afirmou o vice-presidente financeiro da empresa, Eric Yu, sem elaborar como a companhia pretende conseguir isso.

A empresa taiuanesa afirmou que o acordo vai ajudá-la a se tornar a quarta maior fabricante de celulares do mundo, uma posição ocupada pela Siemens no ano passado, mas que foi assumida desde então pela LG Electronics e Sony Ericsson
.
A ambiciosa companhia taiuanesa, que tem apenas três anos de existência, é uma das muitas empresas asiáticas que estão usando eficiências de manufatura e expertize para comprarem linhas de produtos maduros de rivais nos Estados Unidos e Europa.

Neste ano, a chinesa Lenovo Group comprou a divisão de computadores pessoais da IBM e a taiuanesa TPV Technology comprou a unidade de monitores da Philips .