Sharon diz que Israel não tem um plano de desligamento

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Publicado sexta-feira, 15 de abril de 2005 as 07:24, por: CdB

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, desmentiu que tenha previsto um suposto “plano de desligamento” unilateral da Cisjordânia para o caso de as negociações com a ANP não prosperarem e reafirma sua determinação em aplicar o Mapa de Caminho como solução para o conflito.

– O primeiro-ministro não planeja outro plano unilateral e as informações a este respeito não têm nenhum fundamento – diz o Escritório de Sharon em comunicado de resposta a uma informação aparecida nesse sentido na edição de hoje do jornal israelense Yediot Aharonot.

Segundo o jornal, Sharon contempla a possibilidade de elaborar um plano de desligamento da Cisjordânia, similar ao de Gaza, para o caso de o processo de pacificação com os palestinos não avançar para negociações de paz.

O jornal, que não revela suas fontes, informou que o plano tentaria definir as fronteiras definitivas de Israel de forma unilateral, e anexaria de fato cinco grandes blocos de assentamentos que há na Cisjordânia, e entre eles a parte leste de Jerusalém.

O comunicado de resposta acrescenta que “a postura do primeiro-ministro era e é de depois da aplicação satisfatória do plano de desligamento (de Gaza) não haver nenhuma outra decisão diplomática (unilateral) exceto dentro do contexto do Mapa de Caminho, quando as condições para começar sua aplicação forem satisfeitas”.

O Mapa de Caminho é o plano de paz que o Quarteto de Madri elaborou para resolver o conflito palestino-israelense, e que está pendente de aplicação porque as partes não cumprem os compromissos da primeira fase.

No que diz respeito aos palestinos, o Mapa de Caminho exige o fim do terrorismo e o desarmamento das facções, uma demanda que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, ainda tenta satisfazer.

Israel deve congelar toda construção nos assentamentos judaicos e o desmantelamento de quase cem enclaves levantados em terras palestinas desde março de 2001, demandas que também não satisfez e que deixou à parte com o argumento de que entorpeceriam a prevista retirada da Faixa de Gaza, prevista para dentro de alguns meses.