Seul acusa Coréia do Norte de reprocessar plutônio

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Publicado quarta-feira, 9 de julho de 2003 as 11:47, por: CdB

A agência de espionagem da Coréia do Sul revelou ter descoberto que a Coréia do Norte reprocessou “um pequeno número” de varetas de combustível nuclear usadas.

Acredita-se que a Coréia do Norte tenha em seu poder 8 mil dessas varetas que, se reprocessadas, poderiam gerar plutônio suficiente para uso em várias bombas atômicas.

Esta é a primeira vez que autoridades sul-coreanas reconhecem publicamente que a Coréia do Norte está reprocessando as varetas.

A agência de espionagem também confirmou que os norte-coreanos já teriam realizado cerca de 70 testes com explosivos que teriam ligação com o programa nuclear do país.

Blefe

Os testes teriam ocorrido no distrito de Yongbyon, 40 km a nordeste do complexo nuclear de Yongbyon – o centro do programa nuclear norte-coreano.

As varetas de onde poderia ser extraído o plutônio, uma vez que elas sejam reprocessadas, estariam guardadas em Yongbyon.

A Coréia do Sul já vinha alegando que as autoridades norte-coreanas haviam realizado testes nucleares com explosivos nas décadas de 1980 e 1990.

Os Estados Unidos e a própria Coréia do Sul vinham manifestando ceticismo, no entanto, em relação à real capacidade bélica da Coréia do Norte, levantando a possibilidade de que o país estivesse blefando.

Nuvens negras

Também nesta quarta-feira, uma delegação de Pyongyang, realizando uma visita à capital sul-coreana, Seul, divulgou uma declaração sobre o risco de uma guerra com o uso de armas nucleares na região.

– É uma dura realidade que as nuvens negras da guerra nuclear estão se juntando sobre a Península da Coréia –  disse.

A atual polêmica sobre o programa nuclear norte-coreano começou em outubro do ano passado, quando autoridades americanas disseram que a Coréia do Norte havia admitido que desrespeitou um acordo de 1994, em que o país se comprometeu a abandonar seu programa nuclear.

Desde então, a Coréia do Norte anunciou que iria voltar a ativar a usina de Yongbyon e se retirou do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.