Servidores públicos federais devem iniciar greve na segunda

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Publicado segunda-feira, 7 de julho de 2003 as 04:06, por: CdB

Contrários ao texto da reforma da Previdência proposto pelo governo, servidores públicos federais ligados às 11 entidades que compõem a Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais (CNESF) devem começar a partir desta segunda-feira a primeira greve por tempo indeterminado do governo Lula.

Estimativas da coordenação apontam para uma adesão à paralisação de 40% a 45% dos servidores, o que corresponde a cerca de 400 mil funcionários públicos.

A promessa do movimento grevista é suspender as atividades nas universidades e escolas técnicas, no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos serviços de saúde, na Receita Federal, no Judiciário, entre outros setores.

A decisão de paralisar as atividades foi tomada no fim de semana em reunião plenária da CNESF, em Brasília, e por unanimidade. Dos 397 delegados presentes à reunião, apenas quatro se abstiveram.
Os demais votaram a favor da greve. No mês passado, a coordenação promoveu uma marcha em Brasília contra a reforma, reunindo mais de 30 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.

Mesmo diante da ameaça de greve, o governo tem afirmado que não negociará a proposta de reforma da Previdência. Há menos de um mês, durante instalação da Mesa Nacional de Negociação Permanente (fórum de discussão entre governo e servidores), o ministro José Dirceu (Casa Civil) deixou claro que qualquer negociação deverá ser feita diretamente com o Congresso.

Para José Domingues um dos representantes da CNESF, as negociações diretas com o Congresso não têm atendido às principais reivindicações dos servidores.

– Um grupo esteve reunido com o João Paulo (presidente da Câmara dos Deputados). Ele só negocia perfumaria. Isso não resolve – declarou o sindicalista.