Serra recebe aprovação popular no Carnaval de São Paulo

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Publicado sábado, 5 de fevereiro de 2005 as 10:31, por: CdB

Em seu primeiro teste de popularidade depois de ter sido eleito prefeito de São Paulo em 2004, José Serra (PSDB) recebeu das arquibancadas do Anhembi nesta sexta-feira um tratamento igual ao dado à ex-prefeita Marta Suplicy (PT) em seu primeiro ano na gestão da cidade.

Assim como aquela que derrotou nas eleições para a prefeitura, Serra foi saudado pelos foliões com aplausos em sua estréia na passarela do samba.

Isso não foi suficiente, porém, para que ele arriscasse ensaiar alguns passos de dança na frente dos jornalistas que se aglomeravam no camarote da prefeitura.

Com figurino discreto — calça preta, jaqueta bege e blusa azul, Serra, que foi ministro da Saúde na gestão de Fernando Henrique Cardoso, procurou valorizar a campanha pelo uso de preservativos no Carnaval ao ostentar um broche roxo sobre o tema.

“Estou gostando muito”, limitou-se a dizer sobre a festa, enquanto acompanhava a movimentação com a primeira-dama, Mônica Serra, e outros tucanos como o secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, e o vereador eleito mais votado da cidade, José Aníbal.

À maioria dos contatos, Serra pareceu ter reagido bem. Das 22h30 até pouco depois da meia noite — tempo em que ficou no camarote do sambódromo — ele tirou fotos, sorriu e atendeu a todos que o procuraram. Foi tão atencioso com os admiradores que se esqueceu de prestar atenção desfile da Mancha Verde, a única cuja passagem pela avenida ele testemunhou.

“Hoje ele foi recebido com muitos aplausos, mas quero ver se vai acontecer o mesmo no que vem”, disse a publicitária Normandia Dias, de 49 anos. “A recepção foi calorosa por isso, no começo é tudo bonito.”

Os médicos bolivianos German Urenda, 54, e Cesar Soria, 61, que vieram à cidade para um congresso médico, também perceberam que Serra “foi muito saudado” por todos.

“Quando vi celebrarem tanto, me perguntei se realmente era uma festa para o prefeito, que conheço de nome”, relatou Urenda.

Outros preferem dar motivos mais heterodoxos para explicar o sucesso de público do prefeito. “Então era ele que aplaudiram? Se tivesse percebido ajudava a organizar uma vaia”, disse a estudante Taís Okayo, de 26 anos.

Uns tantos ainda escolheram manipular os fatos. “Teve vaia, sim. Os ricos das mesas e dos camarotes aplaudiram e a galera de verdade vaiou”, disse o também estudante Tiago Araújo, de 18 anos.

Uma amiga dele, Paola Vettori, de 23 anos, tratou de desmenti-lo logo em seguida. “Não teve nada de vaia. Só se tiver sido de um radical ou outro. De resto, apenas aplausos. Isso é fato”, afirmou.

Nos últimos anos de sua gestão, Marta chegou a ser vaiada no Sambódromo. Em 2000, assessores do ex-prefeito Celso Pitta preferiram nem anunciar a entrada dele no Anhembi esse ou outros constrangimentos.