Senado se mobiliza para conter onda de ‘fake news’ turbinadas por IA

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Publicado segunda-feira, 10 de junho de 2024 as 18:29, por: CdB

Artur Lara Romeu, diretor do escritório da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina, alertou para eventuais riscos associados ao uso da inteligência artificial no jornalismo. Ele citou dados de esquisa feita entre 2,7 mil especialistas da área sobre os cenários negativos nos próximo 30 anos.

Por Redação – de Brasília

Diante dos riscos que representam as mentiras divulgadas em grande escala pelas redes sociais e grupo de mensagens, as chamadas ‘fake news’, o Congresso se mobiliza no sentido de enfrentar a pauta, antes que comecem as campanhas eleitorais deste ano. Nesta terça-feira, chega ao Plenário do Senado o Projeto de Lei (PL) que regulamenta o uso da inteligência artificial, um potente artifício na disseminação das notícias falsas.

fake news
Notícias falsas ganham destaque com a Inteligência Artificial

O relator da matéria na Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial (CTIA), senador Eduardo Gomes (PL-TO) participou, nesta segunda-feira, da sessão de debates sobre assunto. Segundo o relator, os responsáveis pela disseminação de conteúdos gerados por meio de inteligência artificial precisam ser submetidos a “um processo de validação”.

— Até por uma questão de combate às fake news e a desinformação, temos que passar por um processo de validação. É preciso que aquele que faça a divulgação do conteúdo tenha a capacidade de mostrar a origem, a identificação. A gente não vai conseguir escapar disso. O anonimato contribui para o ambiente aberto e livre das redes sociais, mas isso tem um limite. Acho que, em determinadas ferramentas, a gente não vai conseguir escapar de uma validação: quem for responsável por um conteúdo tem que se identificar para que você possa exercer seus direitos — afirmou.

 

Jornalismo

Artur Lara Romeu, diretor do escritório da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina, alertou para eventuais riscos associados ao uso da inteligência artificial no jornalismo. Ele citou dados de uma pesquisa feita entre 2,7 mil especialistas da área sobre os cenários negativos nos próximo 30 anos.

— A desinformação, alavancada pela produção deep fakes, e a manipulação em larga escala da opinião pública foram os dois cenários mais destacados. Mais de 50% dos entrevistados identificaram que há motivos de extrema preocupação relacionada ao cenário crescente da desinformação impulsionada pela inteligência artificial no mundo. Os sistemas de recomendação priorizam as receitas de publicidade e o envolvimento do usuário, em detrimento da qualidade, ampliando um conteúdo polarizados, prejudicial e sensacionalista — afirmou.

 

Propagação

O senador Fabiano Contarato (PT-ES), por sua vez, apresentou uma emenda ao Código Eleitoral, relatado pelo colega Marcelo Castro (MDB-PI), para proibir o uso de recursos dos fundos partidário e eleitoral e de doações para campanha em práticas de propagação de fake news e discursos de ódio.

A emenda acrescenta dispositivo no artigo que trata dos recursos recebidos e movimentados por partidos e candidatos; além dos dois fundos e de doações, inclui a fatia do fundo partidário destinada ao programa de aumento da participação política das mulheres, entre outros.

A proposta chega à Mesa Diretora do Senado dez dias depois de o Congresso ter mantido veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao crime de comunicação enganosa em massa no texto que substituiu a Lei de Segurança Nacional.

 

Inadmissível

Na justificativa, o senador argumenta ser “inadmissível que recursos de campanha dos partidos e candidatos, em especial os recursos públicos a eles destinados, possam ser utilizados para o financiamento de campanhas que se valem de discursos discriminatórios.”

— É preciso superar o combate à violência política apenas no plano individual e passar para a responsabilização dos próprios partidos políticos — concluiu Contarato.

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