Projeto recomenda que governo dos EUA reconheça rapidamente resultado das urnas e reconsidere relações em caso de golpe. “É importante que as pessoas no Brasil saibam que estamos do lado delas”, declara senador Sanders.
Por Redação, com DW – de Washington/Brasília
O Senado dos Estados Unidos aprovou na quarta-feira, quatro dias antes das eleições brasileiras, uma resolução em defesa da democracia no Brasil.
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Proposto pelo senador democrata Bernie Sanders, o texto aprovado recomenda que o governo dos Estados Unidos reconheça imediatamente o resultado apresentado pelas urnas no Brasil.
O texto estipula ainda que o governo norte-americano reveja e reconsidere “a relação entre os Estados Unidos e qualquer governo que chegue ao poder no Brasil por meios antidemocráticos, incluindo um golpe militar”.
– Seria inaceitável que os Estados Unidos reconhecessem um governo que chegou ao poder de forma não democrática, e isso enviaria uma mensagem horrível ao mundo inteiro. É importante que as pessoas no Brasil saibam que estamos do lado delas, do lado da democracia – afirmou Sanders, após a aprovação da resolução.
O texto menciona ainda o aumento da violência política no Brasil e pede que o governo brasileiro garanta o direito de todos os cidadãos do país de votar.
A resolução não é vinculativa. Na prática, ela é uma maneira de manifestar a opinião do Senado norte-americano sobre o tema. O texto não contou com o apoio explícito dos senadores republicanos, mas como nenhum deles expressou voto contrário, foi aprovado por unanimidade.
Parlamento Europeu
A preocupação com a democracia no Brasil também foi expressa por parlamentares europeus. Na quarta-feira, 51 eurodeputados enviaram uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, pedindo que o bloco pressione o governo brasileiro a respeitar a Constituição no caso de uma derrota do presidente Jair Bolsonaro nas urnas.
“A UE deve declarar que usará diferentes mecanismos, incluindo o comércio, para defender a democracia e os direitos humanos do Brasil”, pede a carta.
Os eurodeputados pedem que a delegação da UE no Brasil, assim como o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), “acompanhem de perto a situação e apoiem as instituições brasileiras e organizações da sociedade civil que defendem a democracia”.