A semana do presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou com uma reunião, no Palácio do Planalto, com os ministros da coordenação política, às 9 horas. Na pauta, as alternativas para conter as crises política, com o possível julgamento do deputado José Dirceu no Plenário da Câmara, e econômica, em uma análise sobre os desdobramentos dos embates públicos entre os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Dilma Roussef (Casa Civil).
Ambos chegaram, no fim de semana, ao consenso de que não vale a pena brigar em público. Apenas nos bastidores, onde as divergências se mantêm as mesmas. Segundo noticiado nos principais jornais brasileiros, ambos teriam tido uma reunião com o presidente Lula, neste fim de semana, e teria lhes sido colocada a necessidade de superar as questões em desacordo.
No fim da manhã, Lula recebeu o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, de quem ouviu que a febre aftosa está contida em Mato Grosso do Sul e o número de municípios em quarentena tende a diminuir ainda mais ao longo da semana. A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy também foi recebida pelo presidente para o almoço, com o cardápio político do qual constaram desde a grave situação econômica do PT, e as eleições no Estado de São Paulo.
À tarde, em um encontro com os 14 prefeitos de Baixada Fluminense (RJ), Lula recebeu um estudo sobre o local mais viável para a construção da refinaria petroquímica da Petrobras, tendo o município de Itaboraí como indicação do presidente da Associação de Prefeitos da Baixada, Lindberg Farias. A reunião foi boicotada pela governadora do Rio, Rosinha Garotinho, que defendia a construção da refinaria em Campos, município onde ela e seu marido, o secretário de Governo, Anthony Garotinho, mantêm a principal base política do casal.
No final da agenda, o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, relatou ao presidente não apenas as questões relativas a sua pasta, mas desceu a detalhes sobre o esforço do seu partido, o PTB, na ajuda ao deputado José Dirceu. Mares Guia se transformou, nos últimos dias, como uma espécie de articulador político do ex-ministro-chefe da Casa Civil junto a setores à direita do PT no Congresso.