Sede do Incra em Maceió é ocupada por sem-terra

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Publicado quarta-feira, 8 de novembro de 2006 as 09:46, por: CdB

A sede da Superintendência do Incra em Maceió, Alagoas, foi ocupada nesta terça-feira por Militantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) que pretendem com a ação pressionar o órgão a agilizar a reforma agrária, liberar recursos para assistência técnica e dar crédito às famílias assentadas.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Crise da Polícia Militar de Alagoas, não houve violência durante a ocupação. Também não houve expediente no local.

Em julho passado o Incra em Maceió já tinha sido ocupado, em uma ação conjunta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Comissão Pastoral da Terra (MLST).

De acordo com a Polícia Militar, havia cerca de 150 manifestantes. Mas Marco Antônio da Silva, o Marrom, coordenador do MLST em Alagoas, afirmou que a ação deverá reunir 1.500 sem-terra, que ainda devem chegar a Maceió.

– Em Alagoas, a meta de assentamentos para 2006 é de 3.000 famílias e só foram assentadas 560, disse.

Segundo Marrom, nos últimos dois anos, o MLST teve apenas 70 famílias assentadas entre as 4.200 acampadas no estado.

Para ele não houve a suposta trégua do movimento durante o período eleitoral.

– Entre Luiz Inácio Lula da Silva [PT] e Geraldo Alckmin [PSDB], ficamos com Lula, apesar de acharmos que a reforma agrária não avançou o suficiente, explicou.

Gilberto Coutinho, superintendente do Incra em Alagoas, afirmou que o MLST foi prejudicado em Alagoas porque sua principal reivindicação são terras da antiga usina Agrisa, na zona da mata, cujo processo de desapropriação está atrasado em Brasília. De acordo com o superintendente, nessa área “serão assentadas, no mínimo, 1.500 famílias”.

Representantes do movimento têm uma reunião marcada nesta quarta-feira com a superintendência do Incra para discutir suas reivindicações.