Arnold Schwarzenegger conquistou o posto de governador da Califórnia com a promessa de melhorar a economia desse estado, meta que está conseguindo cumprir vendendo o que tem de melhor: sua própria imagem.
Schwarzenegger está utilizando a mesma popularidade que fez com que ele ganhasse as eleições do ano passado para reerguer uma economia que está em crise, técnica louvada até mesmo por seus detratores.
“A estratégia é brilhante”, declarou esta semana ao jornal “Daily News” o ex-governador da Califórnia Gray Davis.
Sua imagem é utilizada pelo governador republicano tanto para conseguir a aprovação de polêmicas legislações em uma Câmara de maioria democrata como para aumentar o cofre da loja de presentes do Capitólio de Sacramento.
Schwarzenegger também voltou brevemente às televisões para promover, em um anúncio de TV, o consumo dos produtos agrícolas californianos.
Além disso, sua imagem concentrou, neste fim de semana, jornalistas de 14 países e de cinco continentes para o chamado “Dia da Imprensa Internacional”, jornada marcada por entrevistas breves sem relevância informativa que promoveram a imagem do entrevistado.
São jornadas freqüentes no mundo de Hollywood mas desconhecidas para um governador da Califórnia, a menos que seu sobrenome seja Schwarzenegger.
Como indicaram fontes oficiais em Sacramento, as entrevistas foram parte da estratégia de promover a Califórnia e, em todas elas, o ator apelou para o turismo e para a indústria.
Trata-se da mesma mensagem que Schwarzanegger apresenta em qualquer ato público, incluindo sua recente passagem pela entrega dos galardões Taurus de melhores especialistas de ação do ano, aos que agradeceu fato de terem celebraram sua cerimônia em Los Angeles.
Não há negócio pequeno para a economia californiana, como demonstram os abundantes lucros que estão sendo registrados em “Capitol Books and Gifts”, a loja de souvernirs estabelecida nos porões do Capitólio, desde que Schwarzenegger assumiu como governador.
Sejam as camisetas com seu rosto, cartões-postais ou copos gravados com seu nome, todas as mercadorias dedicada à imagem do “ex-Terminator” é vendida com grande rapidez.
Também se trata do único governador, até o momento, que acostuma passar pela loja, saudar os compradores, assinar livros e, até mesmo, trocar seus produtos de estantes.
Como reconhece o advogado Martin Singer, em nome da empresa do ator e político, Oak Productions, a imagem de Schwarzenegger “vale, no mercado, vários milhões de dólares”, valor que gera problemas legais como o das figurinhas que foram vendidas como rosquinhas nesta mesma loja do Capitólio.
As figuras reproduzem um Schwarzenegger de terno, fazendo o estilo governador, mas leva uma espingarda, mostrando seu lado de ator.
Uma brincadeira que a companhia de Ohio (EUA) já fez com outros políticos, de Hillary Clinton a Rudy Giuliani, passando por John Kerry, ao dedicar os lucros de sua venda à ajuda dos afetados pelo sarcoma.
Schwarzenegger não gostou da piada e, apesar de ser um êxito de venda da loja, enviou através de seus advogados uma carta na qual indica que os autores têm que pagar os danos pelo uso não autorizado de sua imagem.
Esta é a mesma carta que foi enviada em março a uma cervejaria em Portland para que ela parasse de vender sua cerveja “Governator”, que une a imagem de Schwarzenegger como governador com seu passado como “Terminator” (exterminador do futuro).
Essa seguramente não será a última carta do tipo. Na Flórida, o designer Jay Kamhi anunciou sua nova linha de presentes sob o nome de “The Mousinator”.
Este novo boneco, com aspecto de rato e bons músculos, carrega um charuto em uma mão e alguns pesos na outra, além de cantar, com um sotaque austríaco, “Califórnia, Here I come”.