Nem Michael Schumacher acredita na possibilidade de vencer o Grande Prêmio de seu país, no circuito de Hockenheim, neste fim de semana. Desabituado a não brigar pelas vitórias, o heptacampeão da Ferrari antes se mostrava confiante em voltar a frequentar o alto do pódio. Porém não neste domingo.
– Não me sinto à vontade para prometer grandes coisas à torcida – disse o piloto de 36 anos a jornalistas em Hockenheim.
– Não estou pensando na vitória, de jeito nenhum, mas eu darei de tudo para pelo menos chegar ao pódio. Devo admitir que me sinto bem pessimista. Para ser honesto não trabalhamos muito (para este GP), só em melhorias para as próximas corridas.
Há um ano, Schumacher obteve sua 11a. vitória em 12 provas e igualou o seu próprio recorde de vitórias na temporada – ainda ganharia mais duas em 2004.
Nesta temporada, venceu apenas uma prova, o turbulento GP de Indianápolis, quando as equipes com pneus Michelin não correram e só seis carros – a Ferrari de Rubens Barrichello e as fracas Jordan e Minardi – deram a largada.
Em seguida, o alemão conseguiu um terceiro lugar na França e um sexto na Grã-Bretanha, mas ficou claramente aquém do ritmo das McLarens e Renaults.
– Depois de Indianápolis eu me senti muito otimista, mas uma vez de volta à Europa o que era bom de repente desapareceu – disse ele.
– Portanto, após Magny-Cours e Silverstone, seria uma ilusão pensar que as coisas poderiam mudar aqui. É difícil de entender.
Schumacher reagiu da única forma que sabe, trabalhando horas a fio com sua equipe nos testes — o último deles em Mugello, nesta semana — para tentar identificar os problemas.
– Eu e todos na Ferrari lutamos para entender por que estamos tão lentos – disse ele.
– Na Fórmula-1 nunca há um só motivo, há uma combinação de vários elementos do pacote que não funcionam, e estamos constantemente nos perguntando por quê, sem conseguir encontrar uma resposta.
– Nas últimas corridas, ficou claro que não éramos suficientemente rápidos. Estamos enfrentando uma situação complicada, mas não sabemos como mudá-la. Mas isso não é razão para termos dúvidas sobre nós mesmos.
– Vamos continuar sempre trabalhando na nossa equipe sempre há esperança após cada teste. Mas, não importa o tamanho da minha esperança, não quero absolutamente fazer previsões.
Apesar dessas dores-de-cabeça, Schumacher não pensa em se aposentar e fica irritado sempre que é perguntado sobre o futuro. “
– Às vezes acontece de alguém trabalhar melhor que você e ter melhores resultados. Mas realmente não posso imaginar a minha vida sem a Fórmula 1.