Schröder exige que Berlusconi peça desculpas

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Publicado quinta-feira, 3 de julho de 2003 as 09:46, por: CdB

O chanceler alemão, Gerhard Schröder, exigiu nesta quinta-feira um pedido público de desculpas do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que comparou o parlamentar alemão Martin Schulz a um guarda nazista.

Sob os aplausos do Parlamento alemão, em Berlim, Schröder disse esperar que Berlusconi “se desculpe completamente por sua comparação inaceitável”.

O primeiro-ministro italiano provocou confusão no Parlamento Europeu quando sugeriu que Schulz, que havia criticado Berlusconi, seria perfeito para o papel de guarda de um campo de concentração nazista em um filme.

Os líderes do Parlamento Europeu ameaçaram cortar relações com o Conselho Europeu, dirigido por Berlusconi, se o primeiro-ministro italiano não apresentar um pedido formal de desculpas.

Reclamação

De acordo com o correspondente da BBC em Berlim, Chris Morris, uma briga diplomática dessa natureza entre dois dos grandes países europeus é extremamente incomum.

A polêmica ocorre no momento em que a Itália assume a presidência da União Européia por seis meses.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro italiano ofereceu um pedido parcial de desculpas, por meio de um assessor, mas se recusou a fazer isso diante do Parlamento Europeu.

Mais tarde, Berlusconi expressou surpresa com a reação provocada por sua declaração.

– Eu lamento. Eu estou triste que tenha ocorrido uma interpretação equivocada – disse o premiê

Críticas

De acordo com o analista da BBC William Horsley, a polêmica provocada por Berlusconi no primeiro dia dos seus seis meses na presidência da União Européia deu munição aos que acreditam que ele não é adequado para representar a Europa.

– Certamente, é muito difícil para o presidente de um governo de um país com a história da Itália, com Mussolini no passado, fazer ironia sobre vítimas de campos de concentração – disse o alemão Martin Schulz.

– Sim, estou com raiva – acrescentou.

Berlusconi fez as observações quando estava apresentando seu programa para a presidência na UE.

Ele respondeu a Schulz depois que o parlamentar socialista alemão criticou a conduta profissional e pessoal do primeiro-ministro italiano.