São Paulo Fashion Week desfila polainas, corseletes e paetês

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Publicado segunda-feira, 24 de janeiro de 2005 as 19:46, por: CdB

Pelo que foi apresentado durante os sete dias de desfile no São Paulo Fashion Week, o outono-inverno de 2005 será uma viagem feminina por várias culturas, tendo direito a vestidos de noite suntuosos, paetês e polainas.

O estilista Caio Gobbi apresentou uma coleção marcada pelo pink, com pernas de fora e sexualidade disfarçada em pele de cordeirinho, aproximando-se de um clipe da Britney Spears. Juntou o jeanswear a peças de alfaiataria.

O destaque do desfile foi a fase mais sofisticada, onde as camisetas e jaquetas receberam apliques de paetês e as bolsas ganharam bordados de lantejoulas.  O estilista apostou em sandálias e sapatos de couro de cobra com faixas de veludo.  O veludo também apareceu em calças justas e corseletes moldando o busto, e mais solto em vestidos e saias.

Além do pink as cores verde e preta também apareceram.

A moda masculina desta grife foi a menor parte, segundo Gobbi, apenas 20% da coleção, apareceram casacos multicoloridos e calça cargo pink.

 A estréia de Fábia Bercsek invocou os antigos ensinamentos dos xamãs e o reencontro do homem com os elementos da natureza.

Uma platéia ansiosa espalhou-se por arquibancadas de uma das salas da Bienal para conferir os looks da estilista ao som de Cher, que inspirou Fabia por “viver os ciclos da vida e ter passado por mudanças de personalidade artística” – declarou ela à Reuters.

A nostalgia pontuou a coleção, que tirou do armário as batas, as polainas, os longos cabelos trançados e as saias rodadas e compridas.

O ar étnico-indígena ficou por conta de calças de couro, jaquetas e camisetas com franjas, além de enormes brincos e pingentes em forma de pena.

A estilista, que foi assistente de Alexandre Herchcovitch, utilizou-se da sobreposição de camisetas, camisas e malhas para passar uma sensação de conforto ao pé da fogueira. Também combinou vários tecidos, como veludo, algodão e organza, para transformar a mulher de vida mais rústica na exigente cidadã globalizada de nossos dias.

As cores quebraram a seriedade do marrom e do cáqui, usando peças mais leves em lilás, salmão e amarelo.

Para os pés Bercsek usou, botas de cano longo e salto e sandálias, ambas acompanhadas de polainas.

Uma leitura incomum, de referência indígena, do tradicional vestido de noiva surpreendeu – e agradou – a platéia ao final do desfile.

Ao mesmo tempo, em Paris, o estilista italiano Giorgio Armani invadiu o reduto da moda conquistando os “connoisseurs” com sua primeira coleção de alta-costura, em Paris.

Gritos de “bravo!” saudaram o estilista de 70 anos ao final do desfile da coleção Giorgio Armani Privé, composta por 32 vestidos feitos à mão, repletos de cristais e contas, que propuseram uma alternativa luxuosa ao prêt-à-porter.