Saída de Genoíno está prevista para este sábado

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Publicado terça-feira, 5 de julho de 2005 as 09:09, por: CdB

Assim como fez Silvio Pereira, que renunciou na segunda ao cargo de secretário-geral do PT, toda a executiva do partido deve deixar o cargo ainda nesta terça. Nas cartas feitas por Silvio e divulgadas pelo PT, ele afirma que deixa o cargo até o final das investigações da CPI dos Correios, quando, ele espera, seja provada sua inocência:

“Para que eu possa me dedicar integralmente à minha defesa, solicito a partir desta data, 4 de julho de 2005, minha licença da Comissão Executiva Nacional, bem como de todas as minhas atribuições partidárias, até que o processo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja concluído.”

Na segunda carta, ele pede a abertura de uma comissão de ética para as investigações:

“Conforme compromisso assumido perante a Comissão Executiva Nacional, eu, Silvio José Pereira, solicito que seja aberto o processo de comissão de ética para apuração de todas as ‘denúncias’ envolvendo o meu nome. Solicito também que a Comissão de Ética Nacional do PT estabeleça um prazo limite para início e término do processo”.

Silvio Pereira é um dos acusados pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser o autor de nomeações nos Correios para a execução do mensalão – propina paga a deputados do PP e PL para que votassem projetos de assuntos do governo.

Jefferson ainda disse que as reuniões aconteciam na sala de Silvio, ao lado do gabinete de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, no Palácio do Planalto. Nesta quarta-feira, a CPI dos Correios ouvirá o publicitário Marcos Valério e sua ex-secretária Fernanda Karina Somaggio.

Apesar do foco estar voltado para a saída de Genoíno, isto só deve acontecer na reunião que o DiretórioNacional fará neste sábado, quando serão eleitos integrantes para formarem uma Executiva Provisória até as eleições diretas de setembro.

O assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, e o secretário-geral da Presidência, ministro Luiz Dulci, são cogitados para integrar a nova direção do PT. Dulci era o secretário-geral do partido até a eleição de Lula e Marco Aurélio, o secretário de Assuntos Internacionais.

A indefinição da escolha de membros para o PT, endossada pelo pedido de demissão, atrasou ainda mais a reforma ministerial de Lula, que estava prevista para sair na segunda-feira. Com isso, o presidente deve anunciar mudanças até esta quarta-feira.