Rússia apoia ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU

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Publicado sexta-feira, 6 de outubro de 2023 as 18:57, por: CdB

Atualmente, o Brasil está na Presidência rotativa do Conselho ao ocupar uma das 10 vagas para membros não permanentes. As vagas permanentes, ou seja, que possuem direito a veto em decisões e resoluções do colegiado, são ocupadas desde 1946, pós segunda guerra mundial, pelos mesmos países: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.

Por Redação, com Sputniknews – de Moscou

O Brasil ganhou, nesta sexta-feira, um aliado de peso no convencimento de que é necessário ampliar o número de assentos permanentes no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apoia o ingresso do Brasil, Índia e África do Sul com uma vaga cativa no grupo.

O presidente russo, Vladimir Putin, elogia o desempenho internacional do líder brasileiro, Lula

Atualmente, o Brasil está na Presidência rotativa do Conselho ao ocupar uma das 10 vagas para membros não permanentes. As vagas permanentes, ou seja, que possuem direito a veto em decisões e resoluções do colegiado, são ocupadas desde 1946, pós segunda guerra mundial, pelos mesmos países: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.

A declaração de Putin foi dada durante o Valdai Discussion Club, fórum de discussão com sede em Moscou que tem a proposta de refletir e debater políticas públicas com base em pesquisas. Segundo o líder russo, o Conselho deve ter entre seus membros países que tem cada vez maior peso nos debates internacionais, com potencial de influenciar decisões, situação que já desempenham sem participarem do grupo de forma efetiva.

 

Reforma

Ao dar exemplos citou a Índia, ao dimensionar o grande potencial econômico e populacional do país, a África do Sul e o Brasil, ao destacar também a população e a grande influência na América Latina.

O presidente Lula defende uma reforma no Conselho de Segurança desde o início do seu mandato. Um dos pontos utilizado como exemplo é a Guerra na Ucrânia, pois a configuração com os cinco membros permanentes se mostrou ineficaz na resolução do conflito. O presidente dos EUA, Joe Biden, assim como líderes de outros países, também já se mostraram abertos a uma reconfiguração do Conselho.

No entanto, para que alguma mudança efetiva ocorra será necessário que todos os membros com direito a veto caminhem na mesma direção, uma vez que o regimento criado se autoconseva para que o sistema continue igual.

 

BRICS

Putin afirmou, ainda, que o Brasil “tem um crescimento colossal de sua influência”, em sua apresentação no Clube Valdai de Discussões Internacionais. Na conferência, cujo tema era ‘Multipolaridade justa: como garantir segurança e desenvolvimento de todos’.

Para Isabela Gama, especialista em segurança e teoria das relações internacionais e BRICS e pesquisadora pós-doutoranda da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), a declaração de Putin é uma forma de posicionar o Brasil dentro de um cenário internacional importante e relevante para a Rússia.

De acordo com a pesquisadora, nos últimos anos o país sul-americano deixou de ser um pária no cenário internacional para ser novamente uma voz de mudanças que, embora limitada, possui uma perspectiva de crescimento.

— Essa voz que vem de nós, do Brasil enquanto um país relevante do Sul, dentro do G20, dentro da ONU, tem muito impacto, ainda mais por vir do presidente Lula, que é bastante respeitado dentro dessas organizações — afirmou Gama.

 

Protagonismo

Charles Pennaforte, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos (LabGRIMA), também vê um aumento na presença brasileira no cenário internacional sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

— Acredito que o presidente Putin esteja fazendo uma comparação com o período do governo [do ex-presidente Jair] Bolsonaro, onde nós tivemos uma participação nula no cenário internacional. Se nós compararmos, sem dúvida nenhuma houve um crescimento bem acentuado no nosso protagonismo — pontuou Pennaforte.

A análise do professor da UFPel, de que o protagonismo do Brasil tende a aumentar, vai ao encontro da expressada por Gama.

— Nós vivemos um grande momento de transformação geopolítico e econômico. Estamos vendo um novo cenário se formando nas próximas décadas e nos próximos séculos, onde europeus e norte-americanos não serão os proeminentes nesse processo — concluiu.

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