Rugby e golfe buscam visibilidade na Rio 2016

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Publicado sábado, 6 de agosto de 2016 as 12:22, por: CdB

A Cidade do Rio será o palco da estreia do rugby seven (rugby de 7) e do retorno do golfe, após 112 anos afastado dos Jogos

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:

 

Dos 42 esportes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, um deles estreia em uma Olimpíada e o outro reaparece no maior evento esportivo do mundo depois de um hiato de mais de um século. A Cidade Maravilhosa será o palco da estreia do rugby seven (rugby de 7) e do retorno do golfe, após 112 anos afastado dos Jogos.

Rugby é um dos esportes que volta aos Jogos Olímpicos
Rugby é um dos esportes que volta aos Jogos Olímpicos

– Teremos a honra desta grandeza universal de receber em nosso país muitos dos melhores golfistas do planeta, que estarão em busca da medalha Olímpica, a primeira no golfe em 112 anos. O retorno do golfe ao programa olímpico representa para o esporte a chance de ter uma visibilidade sem precedentes, pois as Olimpíadas são o maior evento esportivo do mundo – disse o presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), Paulo Cezar Pacheco.

Para ele, a prática do esporte no Brasil e no mundo pode crescer com a presença do golfe na Olimpíada. Apesar de ser considerado um esporte elitista, Pacheco cita o Golfe para a Vida, um programa de inclusão social promovido pela CBG, como mais um indutor importante na popularização do esporte. Nele crianças de escolas públicas e particulares têm contato com o golfe de forma recreativa.

– Já capacitamos mais de 350 professores de educação física para que possam ensinar os primeiros passos do golfe, utilizando kits de soft golf, que são tacos adaptados para ensinar o esporte de forma mais lúdica. O programa já levou o golfe a quase 80 mil pessoas, a maioria crianças.

O golfe é um esporte praticado em vasto campo com diversas características: grama baixa, grama alta, árvores, pequenos lagos e bancos de areia. O jogador precisa acertar a bolinha em 18 buracos espalhados pelo campo no menor número de tacadas possível. Existem tacos com diferentes características; para tacadas mais longas e altas, tacos para posicionar a bolinha a uma distância média e também os chamados “putter”, tacos usados para finalizar a jogada, colocando a bola dentro do buraco.

Zika

A volta do golfe, ainda que celebrada, tem sido conturbada. Vários atletas desistiram de viajar para o Rio de Janeiro por medo de contrair o vírus zika. Dentre eles, o líder do ranking mundial, o australiano Jason Day, e o norte-irlandês Rory McIlroy, número quatro do ranking. No total, dez golfistas desistiram dos Jogos por medo de contrair o vírus.

Na opinião de Pacheco, as desistências, apesar de sentidas pelos fãs de golfe, não tirarão o brilho da volta do esporte ao programa olímpico. Ele vê a decisão dos atletas como algo de caráter pessoal e que deve apenas ser “lamentado e respeitado”.

– O evento continua em alto nível técnico com presenças de muitos outros ídolos que nunca jogaram na América do Sul. Os golfistas e aqueles que não conhecem o esporte que forem assistir aos Jogos ainda verão muitos ídolos que nunca vieram para o Brasil. Não tenho dúvidas de que será um espetáculo.

“Try” é o “gol” do rugby

Quem não conhece o rugby e quiser acompanhar a modalidade nos Jogos Rio 2016, deve torcer para que o atleta leve a bola até o fundo do campo do adversário. Quando isso acontecer, o torcedor pode comemorar o “try” – uma espécie de “gol” do rugby.

No Rio, será a vez da estreia do rugby seven, com sete atletas de cada lado. A outra versão do esporte, com 15 atletas, já figurou nos jogos de Paris (1900), Londres (1908), Antuérpia (1920) e Paris (1924).

A versão “seven” tem a característica de ser mais dinâmica, uma vez que são menos atletas em campo. O principal objetivo do jogo é conduzir a bola ganhando terreno no campo adversário. Eles precisam avançar enquanto o adversário tenta impedir o progresso, bloqueando e derrubando aqueles que tenham a posse da bola. Os passes para frente, no entanto, são proibidos. Passes com as mãos, apenas para trás. Só chutes podem ser dados para frente.

O diretor-presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), Agustin Danza, vê um aumento no número de praticantes como resultado da entrada do esporte no programa olímpico. “Para nós, o principal impacto é a massificação do esporte, em dois sentidos. O primeiro é permitir que a maioria dos brasileiros interessados nos Jogos Olímpicos possam assistir as seleções jogando, fiquem sabendo que existe. E o segundo é a possibilidade de poder entrar mais em escolas. Elas obviamente olham com bons olhos os esportes olímpicos”.

Os atletas do rugby brasileiros são conhecidos como “tupis”. O desenho em seu uniforme homenageia os indígenas do país. Os atletas chegaram a levar a camisa para ser “abençoada” por um pajé Tupi. Se a benção dos ancestrais é bem vinda, o histórico de vitórias pode deixar a torcida brasileira ainda mais otimista. Segundo Danza, o time feminino de rugby do Brasil – que estreia hoje (6) contra a Grã Bretanha, às 12h, está entre as potências mundiais.

– No rugby seven feminino, o Brasil é potência na região. Nós nunca perdemos um jogo na América Latina nos últimos dez anos. As meninas são 11 vezes campeãs da América do Sul e há três anos fazem parte do top 10 mundial.

O time masculino, por sua vez, disputa o protagonismo na região com a Argentina, país com mais tradição no esporte.

Caso o torcedor queira ir ao Estádio de Deodoro para ver as disputas de rugby, Danza conta um pouco de algumas das melhores características do esporte. “O rugby é um esporte muito contínuo, similar ao futebol. Todas as regras visam que a bola nunca pare. Então, você pode ficar assistindo a um jogo por dez minutos ininterruptos. E é um dos poucos esportes que não tem agressões, simulações, não tem brigas com o juiz. É um esporte em que os jogadores entram para jogar e pronto, não tem distrações nem jogadores tentando quebrar regras”.